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Avaliação da função da tuba de Eustáquio em pacientes com retração de membrana timpânica e em indivíduos normais Como citar este artigo: Canali I, Rosito LP, Siliprandi B, Giugno C, da Costa SS. Assessment of Eustachian tube function in patients with tympanic membrane retraction and in normal subjects. Braz J Otorhinolaryngol. 2017;83:50-8. ,☆☆ ☆☆ Instituição: Centro de Otite Média do Brasil (COM.BR); Departamento de Otorrinolaringologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil.

Resumo

Introdução

O diagnóstico das disfunções da tuba auditiva é essencial para o melhor entendimento da patogênese da otite média crônica. A literatura descreve uma série de testes que avaliam a função tubária; contudo, tais exames são metodologicamente heterogêneos, com diferenças que variam desde os protocolos de aplicação até a padronização dos exames e seus resultados.

Objetivo

Avaliar a variação na pressão na orelha média em pacientes com retração da membrana timpânica e em indivíduos normais durante os testes de função tubária e também avaliar a variação intraindividual desses testes.

Método

Estudo observacional do tipo transversal e contemporâneo, no qual o fator em estudo foi a variação na pressão na orelha média durante os testes de função tubária (manobra de Valsalva, Sniff Test e manobra de Toynbee) em indivíduos normais e em pacientes com retrações timpânicas leves e moderadas/graves. Foram incluídos 38 pacientes (76 orelhas). Os pacientes foram submetidos, em dois momentos diferentes, a testes de função tubária para determinar as medidas de pressão após cada manobra. A análise estatística foi feita com o programa SPSS, versão 18.0, e consideramos como estatisticamente significativos os valores de p < 0,05.

Resultados

A média ± desvio padrão da idade foi de 11 ± 2,72 anos; 55,3% dos pacientes eram do gênero masculino e 44,7% do feminino. A prevalência de curvas timpanométricas do tipo A foi mais alta entre os participantes com orelhas normais e naqueles com retrações leves, enquanto as curvas timpanométricas do tipo C foram mais frequentes no grupo com retrações moderadas/graves. Observamos pressões aumentadas na orelha média durante a manobra de Valsalva no primeiro momento da avaliação nos três grupos de orelhas (p = 0,012). A variação na pressão não foi significativa para o Sniff Test, nem para a manobra de Toynbee nos dois momentos de avaliação (p ≥ 0,05). Consideramos que a concordância entre as determinações obtidas nos dois momentos diferentes foi fraca a moderada para todos os testes nos três grupos de orelhas e as variações em termos de discrepância entre as medidas foram maiores nas orelhas com retrações timpânicas moderadas/graves.

Conclusão

Na população estudada, a média das pressões na orelha média apresentou variação significante apenas durante a manobra de Valsalva no primeiro momento de avaliação, nos três grupos de orelhas. As orelhas normais e aquelas que apresentavam retração leve se comportaram de maneira similar nos testes. As manobras testadas exibiram uma variação intraindividual fraca a moderada e a maior variação ocorreu nas orelhas com retrações moderadas/graves.

Palavras–chave
Tuba de Eustáquio/fisiopatologia; Doença otológica/fisiopatologia; Ventilação do ouvido médio/métodos; Manobra de Valsalva/fisiologia; Análise de variância; Crianças

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