Acessibilidade / Reportar erro

Pressão sistólica da artéria pulmonar e a relação E/e’ diminuem após septoplastia em pacientes com desvio do septo nasal isolado de grau 2 e 3 Como citar este artigo: Avcı D, Hartoka Sevinç A, Güler S. The systolic pulmonary artery pressure and the E/e’ ratio decrease after septoplasty in patients with grade 2 and 3 pure nasal septal deviation. Braz J Otorhinolaryngol. 2021;87:497–504.

Resumo

Introdução:

O desvio do septal nasal pode ter uma ampla gama de manifestações, inclusive obstrução nasal, cefaleia, aumento da secreção, crostas, dano à mucosa e perda do paladar do olfato. O aumento excessivo da resistência respiratória, como visto no desvio do septal nasal, resulta em ventilação pulmonar reduzida, leva a hipóxia, hipercapnia e vasoconstrição pulmonar. As deformidades da cavidade nasal podem estar associadas a doenças importantes do aparelho respiratório e circulatório.

Objetivo:

Investigar os efeitos cardiovasculares da septoplastia, comparar os achados prée pós-operatórios da ecocardiografia transtorácica de pacientes com desvio do septal nasal submetidos à septoplastia.

Método:

O estudo prospectivo incluiu 35 pacientes com desvio do septal nasal moderado e grave (média de idade, 23,91 ± 7,01) submetidos à septoplastia. A versão em turco do questionário Nasal Obstruction Symptom Evaluation (NOSE) foi administrada a cada participante no pré e pós-operatório para avaliar suas opiniões sobre a gravidade do desvio do septal nasal, o efeito da obstrução nasal e a eficácia dos resultados cirúrgicos. Um exame abrangente da ecocardiografia transtorácica foi feito no pré-operatório e após três meses de pós-operatório em cada paciente e os resultados foram comparados entre os pacientes.

Resultados:

O escore médio do NOSE pré-operatório foi de 17,34 ± 1,62 e o escore pós-operatório médio foi de 2,62 ± 1,68 (p = 0,00). O valor médio da pressão sistólica arterial pulmonar pré-operatória foi de 22,34 ± 4,31 mmHg e o valor pós-operatório foi de 18,90 ± 3,77 mmHg (p = 0,00). A relação E/e’ média foi de 5,33 ± 1,00 no pré-operatório e 5,01 ± 0,90 no pós-operatório (p = 0,01). Os escores NOSE, os valores de pressão sistólica arterial pulmonar e as relações E/e’ diminuíram significativamente após a septoplastia (p <0,05 para todos), enquanto nenhuma diferença significativa foi encontrada para os outros parâmetros da ecocardiografia transtorácica (p > 0,05).

Conclusão:

A diminuição dos escores NOSE após a septoplastia indicou que os níveis de satisfação dos pacientes aumentaram. A obstrução das vias aéreas superiores secundária ao desvio do septal nasal pode ser um fator de risco cardiovascular e pode afetar as medidas da ecocardiografia transtorácica. Além disso, a diminuição significativa no valor de pressão sistólica arterial pulmonar e na relação E/e’ após a septoplastia indicou que os achados ecocardiográficos negativos podem ser evitados por essa cirurgia.

PALAVRAS-CHAVE
Ecocardiografia 2D; Desvio do septo nasal; Septoplastia; Pressão sistólica da artéria pulmonar

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Sede da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, Av. Indianópolia, 1287, 04063-002 São Paulo/SP Brasil, Tel.: (0xx11) 5053-7500, Fax: (0xx11) 5053-7512 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@aborlccf.org.br