Resumo
Introdução
A osteonecrose dos maxilares relacionada à medicação é uma complicação grave da terapia antirreabsortiva e antiangiogênica, com opção de tratamento limitada e grande impacto na qualidade de vida do paciente.
Objetivo
Avaliar os fatores de risco associados à osteonecrose dos maxilares relacionada à medicação em pacientes oncológicos em tratamento com bifosfonato Além disso, os níveis salivares de interleucina-6 (IL-6) foram medidos para investigar sua associação com a gravidade e o risco de osteonecrose dos maxilares relacionada à medicação.
Método
Estudo caso-controle com 74 pacientes com metástases ósseas de tumores sólidos e mieloma múltiplo. Os pacientes foram divididos em três grupos: 1) em tratamento por bifosfonato com osteonecrose dos maxilares relacionada à medicação; 2) submetidos ao bifosfonato sem osteonecrose dos maxilares relacionada à medicação; e 3) pré-tratamento de bifosfonato. Os dados demográficos e médicos dos pacientes foram coletados para avaliar o risco. A avaliação clínica foi feita para diagnosticar osteonecrose dos maxilares relacionada à medicação e a saliva não estimulada foi coletada para quantificação da IL-6.
Resultados
Observou-se que os pacientes diagnosticados com osteonecrose dos maxilares relacionada à medicação foram submetidos a maior número de doses de bifosfonato (p = 0,001) e protocolo de infusão mensal (p = 0,044; OR = 7,75). Pacientes que não tiveram acompanhamento de rotina com dentistas especializados durante a terapia com bifosfonato e tabagismo foram associados ao osteonecrose dos maxilares relacionada à medicação (p = 0,019; OR = 8,25 e p = 0,031; OR = 9,37, respectivamente). O grupo 1 apresentou maior frequência de tratamento com quimioterapia e corticosteroides concomitantes ao bifosfonato e procedimentos odontológicos cirúrgicos (p = 0,129). Os níveis salivares de IL-6 não apresentaram diferença estatisticamente significante entre os grupos (p = 0,571) ou associação com a gravidade do osteonecrose dos maxilares relacionada à medicação (p = 0,923).
Conclusão
Maior número de ciclos de bifosfonato, protocolo de infusão mensal, ausência de acompanhamento odontológico para manutenção da saúde bucal e tabagismo foram associados ao osteonecrose dos maxilares relacionada à medicação. O acompanhamento odontológico especializado durante o tratamento demonstrou ser importante na prevenção dessa complicação.
Palavras-chave
Bisfosfonatos; Osteonecrose da mandíbula; Biomarcadores na saliva; Interleucina-6