Resumo
Introdução:
Várias diretrizes de práticas clínicas foram produzidas e divulgadas para a avaliação de massa cervical. Porém, até o momento, a qualidade e o rigor metodológico dessas diretrizes de práticas clínicas não foram avaliados.
Objetivo:
Identificar e avaliar a qualidade metodológica das diretrizes nacionais e internacionais para a avaliação e tratamento de massas cervicais em adultos.
Método:
Fizemos uma pesquisa abrangente das fontes de dados Embase, Medline/PubMed, Scopus e literatura cinza até setembro de 2020.
A qualidade dessas diretrizes foi avaliada por quatro revisores com a 2a edição do Appraisal of Guidelines for Research and Evaluation (AGREE II). Os escores dos domínios foram considerados de qualidade aceitável se pontuassem >60% e os coeficientes de correlação intraclasse (Intraclass correlation coefficient – ICC) foram calculados para avaliar a concordância entre os avaliadores.
Resultados:
Sete diretrizes foram investigadas para avaliação. Entre elas, apenas a American Academy of Otolaryngology (AAO), o Cancer Care Manitoba (CCMB) e a American Society of Clinical Oncology (ASCO) obtiveram uma classificação geral ‟alta”. As quatro diretrizes restantes obtiveram classificações ‟media” ou ‟baixa”. O domínio ‟Escopo e objetivo’” obteve o maior escore médio (94,4% ± 5,0%) e o domínio ‟Aplicabilidade” obteve o menor escore (51,5%±29,2%). A análise ICC mostrou concordância substancial a muito boa em todos os domínios (0,75–0,98).
Conclusão:
Esses achados destacam a variabilidade na qualidade metodológica das diretrizes para avaliação e tratamento de massa cervical em adultos. Os resultados dessa análise destacam a necessidade de melhorar o processo de desenvolvimento de diretrizes para esse tópico e podem orientar a seleção e o uso dessas diretrizes na prática clínica.
PALAVRAS-CHAVE
Massa cervical; Linfadenopatia cervical; Diretriz; Consenso; AGREE II