Resumo
Introdução
A apneia obstrutiva do sono é consequência do colapso das vias aéreas superiores Qualquer região de obstrução nas vias aéreas superiores pode contribuir para o colapso da faringe. A obesidade e os distúrbios relacionados à obesidade desempenham um papel importante na apneia obstrutiva do sono e sua relação com o aumento da resistência das vias aéreas superiores.
Objetivo
Avaliar a relação entre a obesidade e as propriedades da cavidade nasal em pacientes com apneia obstrutiva do sono.
Método
O estudo foi feito retrospectivamente através da revisão de prontuários médicos de pacientes adultos. O instrumento de avaliação NOSE, do inglês nasal obstruction symptom evaluation, foi usado para avaliar a obstrução nasal. Os distúrbios respiratórios do sono foram avaliados através de exames polissonográficos. O volume nasal foi obtido por tomografia computadorizada e a reconstrução volumétrica das vias aéreas nasais. As alterações anatômicas nasais foram avaliadas por endoscopia nasal.
Resultados
A análise dos prontuários de 83 pacientes, entre os quais 54 eram do sexo masculino e 29 do feminino, encontrou um índice de massa corporal médio de 28,69 kg/m2. Os grupos obeso e não obeso foram determinados com o ponto de corte de 30 kg/m2. Na comparação entre os grupos, o grupo obeso apresentou correlação positiva e significante com o índice de apneia/hipopneia (p = 0,02), instrumento NOSE (p = 0,033) e hipertrofia da concha inferior (p = 0,036), com uma odds ratio de 1,983 (IC95%: 1,048 a 3,753). A avaliação do desvio do septo nasal (p = 0,126) e do volume das vias aéreas nasais (p = 0,177) não mostrou resultados significantes.
Conclusão
A obesidade correlacionou-se significantemente com a obstrução nasal subjetiva pela escala NOSE e hipertrofia de concha inferior em pacientes com apneia obstrutiva do sono. Não houve correlação com a avaliação do volume nasal.
Nível de evidência
3b. Estudo de caso-controle individual.
Palavras-chave
Cavidade nasal; Apneia obstrutiva do sono; Obstrução nasal