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Retalho do músculo masseter para reconstrução de defeitos intraorais em pacientes com câncer inicial de partes póstero‐inferiores da cavidade oral Como citar este artigo: Rajani BC, Nadimul H, Subhabrata G, Sabitha KS, Vinitha A, Vasantha Dhara B. Masseter muscle flap for reconstruction of intra‐oral defects in patients with early cancer of posterior‐inferior parts of the oral cavity. Braz J Otorhinolaryngol. 2022;88:745-51.

Resumo

Introdução

Os carcinomas iniciais da cavidade oral nas regiões póstero‐inferiores representam um desafio para a reconstrução devido à falta de suporte muscular abaixo da região e ao espaço limitado disponível para o uso de alguns dos retalhos mais empregados.

Objetivo

Avaliar a eficácia do retalho do músculo masseter de base superior na reconstrução de defeitos intraorais pós‐ablação em pacientes com carcinoma oral inicial da parte póstero‐inferior da cavidade oral.

Método

Um retalho do músculo masseter de base superior foi usado para reconstruir o defeito intraoral pós‐cirúrgico em 60 pacientes com carcinoma espinocelular inicial (T < 4 cm) localizado na parte póstero‐inferior da cavidade oral. Os pacientes foram acompanhados após uma semana e um mês de pós‐operatório para verificação da viabilidade do retalho, complicações, alteração na abertura bucal e desvio da mandíbula na abertura bucal. Para descartar recidiva nos retalhos do masseter, os pacientes foram acompanhados por um ano.

Resultados

O retalho foi viável em todos os pacientes e foi submetido à mucolização; 7/60 pacientes tiveram infecções pós‐operatórias, enquanto 2/60 pacientes desenvolveram uma fístula orocutânea que exigiu um procedimento corretivo secundário. A média ± desvio‐padrão da alteração na abertura da boca em uma semana de pós‐operatório foi + 1,917 ± 3,36 mm, que aumentou para + 2,633 ± 2,95 mm em um mês de pós‐operatório. O teste de Friedman revelou que houve uma alteração estatisticamente significante na abertura da boca do período pré‐operatório para os períodos de uma semana e um mês de pós‐operatório (p = 0,000). Pacientes do sexo feminino apresentaram maior melhoria na abertura da boca no pós‐operatório. O desvio ipsilateral da mandíbula na abertura da boca ficou entre 0 a 5 mm em 39 pacientes, 5 a 10 mm em 17 pacientes e mais de 10 mm em 4 pacientes. Não foram observadas recidivas nos retalhos de masseter usados.

Conclusão

O retalho do músculo masseter com base superior é um método confiável para reconstrução em casos de câncer oral inicial, produz bons resultados funcionais e resultados cosméticos aceitáveis com complicações pós‐operatórias insignificantes.

Palavras‐chave
Câncer oral; Retalho do músculo masseter; Trismo; Desvio na abertura da boca

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