Resumo
Introdução:
Indivíduos com fissura palatina podem apresentar disfunção velofaríngea após a palatoplastia primária e necessitam de um secundário devido à insuficiência velofaríngea. Nesses casos, o obturador faríngeo pode ser usado temporariamente enquanto se aguarda uma cirurgia secundária.
Objetivo:
Investigar o resultado do tratamento da hipernasalidade com o uso de obturador faríngeo em pacientes com histórico de fissura palatina que apresentam insuficiência velofaríngea após a palatoplastia primária. Nossa hipótese é que o uso do obturador faríngeo seja uma abordagem eficaz para eliminar a hipernasalidade relacionada à insuficiência velofaríngea em pacientes com fissura palatina
Método:
Participaram do estudo 30 indivíduos falantes do Português Brasileiro (15 homens e 15 mulheres) com fissura palatina operada, de 6 a 14 anos de idade (média: 9 anos; DP = 1,87 anos). Todos os pacientes receberam obturador faríngeo para o tratamento da insuficiência velofaríngea, enquanto aguardavam vaga para a cirurgia secundária. A análise perceptivo-auditiva da fala, realizada nas condições com e sem obturador faríngeo, foi realizada por três ouvintes, quanto à presença e ausência da hipernasalidade.
Resultados:
70% dos pacientes eliminaram a hipernasalidade de fala com o uso do obturador faríngeo, enquanto 30% não eliminaram. A comparação foi estatisticamente significante (p < 0,001).
Conclusão:
O uso temporário do obturador faríngeo é uma abordagem efetiva para eliminar a hipernasalidade decorrente da insuficiência velofaríngea.
Palavras-chave
Fissura palatina; Insuficiência velofaríngea; Fala; Obturador palatino