Resumo
Introdução
As metástases regionais do carcinoma espinocelular cutâneo de cabeça e pescoço ocorrem em aproximadamente 5% dos casos, sendo esse o fator prognóstico mais importante na sobrevida, atualmente sem distinção entre metástases de parótida e cervicais.
Objetivo
Avaliar as características prognósticas em pacientes com carcinoma espinocelular cutâneo de cabeça e pescoço com metástase regional.
Método
Foi feita uma análise retrospectiva de pacientes com carcinoma espinocelular cutâneo submetidos à parotidectomia e/ou esvaziamento cervical entre 2011 e 2018 em um único centro terciário de uma única instituição. Dados demográficos dos pacientes, informações clínicas, cirúrgicas e patológicas, tratamentos adjuvantes e desfechos no último acompanhamento foram coletados. Os desfechos incluíram recorrência e morte devido à doença. O valor prognóstico das características clínico-patológicas associadas à sobrevida específica da doença foi obtido.
Resultados
Foram identificados 38 casos de carcinoma espinocelular cutâneo de cabeça e pescoço com metástase de parótida e/ou pescoço. No geral, 18 (47,3%) pacientes apresentaram metástase da parótida isolada, 12 (31,5%) apresentaram metástase cervical isolada e 8 (21,0%) apresentaram ambos. Um tumor primário na região da parótida (Hazard ratio [HR] = 5,53; p = 0,02) foi associado a melhor sobrevida específica. Pior sobrevida específica foi observada em pacientes com maior diâmetro do tumor primário (HR = 1,54; p = 0,002), maior profundidade de invasão (HR = 2,89; p = 0,02), invasão além da gordura subcutânea (HR = 5,05; p = 0,002), metástase cervical na primeira apresentação (HR = 8,74; p < 0,001), conforme maior número de linfonodos positivos (HR = 1,25; p = 0,004) e estágios TNM mais elevados (HR = 7,13; p = 0,009). Os pacientes que apresentaram metástase da parótida isolada durante todo o acompanhamento apresentaram melhor sobrevida específica do que aqueles com metástase cervical ou ambos (HR = 3,12; p = 0,02).
Conclusão
Os casos de carcinoma espinocelular cutâneo de cabeça e pescoço com metástase intraparotídea demonstraram melhores desfechos do que aqueles com metástase cervical.
Palavras-chave
Carcinoma espinocelular; Neoplasias de pele; Metástase linfática; Prognóstico; Resultado do tratamento