Resumo
Introdução:
O retalho do músculo peitoral maior é uma opção a ser considerada no fechamento de fístula faringocutânea pós-laringectomia total. Não há grandes estudos que avaliem as variáveis relacionadas à recorrência da fístula faringocutânea após esse procedimento. Nossos objetivos foram avaliar os resultados obtidos com esse tipo de tratamento em pacientes laringectomizados com fístula faringocutânea e as variáveis relacionadas aos resultados.
Método:
Revisamos retrospectivamente os nossos resultados em 50 pacientes nos quais um retalho miocutâneo ou fasciomuscular do músculo peitoral maior foram utilizados para reparar a fístula faringocutânea.
Resultados:
Não houve casos de necrose de retalho. Após o reparo da fístula com um retalho do músculo peitoral maior, a ingestão oral foi restaurada em 94% dos casos. Houve recorrência da fístula em 22 casos (44%), a qual foi associada à duração da hospitalização. O uso do retalho como procedimento de emergência foi associado a um risco significativamente maior de recorrência da fístula. A permanência hospitalar foi significativamente menor quando utilizado um tubo de derivação salivar.
Conclusões:
O uso do retalho do músculo peitoral maior é uma abordagem útil para reparar a fístula faringocutânea. A colocação de tubos de derivação salivar durante o reparo da fístula reduz significativamente o tempo de hospitalização e a gravidade das complicações em caso de recorrência da fístula faringocutânea.
PALAVRAS-CHAVE
Laringectomia total; Fístula faringocutânea; Retalho do músculo peitoral maior; Tubo de derivação salivar; Fechamento da faringe