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Neuropatia do nervo acessório espinhal secundária à cirurgia de esvaziamento cervical

Uma das complicações mais comuns do esvaziamento cervical é a disfunção do ombro devido à manipulação do nervo acessório, que resulta na atrofia do músculo trapézio. OBJETIVO: Avaliar com eletromiografia de superfície (EMGs) a lesão do XI par decorrente do esvaziamento cervical. MATERIAL E MÉTODO: Estudo prospectivo com 51 pacientes (60 esvaziamentos cervicais) tratados de câncer de cabeça e pescoço. A função do nervo acessório foi avaliada no período pré e pós-operatório com registro da atividade elétrica das fibras descendentes do músculo trapézio em contração isométrica voluntária máxima. Os pacientes foram agrupados pelo tipo de esvaziamento e movimento de abdução do braço. RESULTADOS: O potencial de ação apresentou mediana de 54,3 microV no pré-operatório e 11,6 microV no pós-operatório (p<0,001). Os valores registrados no pós-operatório apresentaram decréscimo médio de 70% (20% a 94%) em relação aos valores pré-operatórios. Com relação à extensão do EC, foram observadas medianas de 12,5 microV após o esvaziamento do nível iib e 8,9 microV com o esvaziamento dos níveis iib+V (p=0,002). CONCLUSÃO: A eletromiografia de superfície é um método quantitativo, sensível e indolor para complementar o diagnóstico da disfunção do XI par. Os achados sugerem a utilidade da EMGs do músculo trapézio para confirmar o diagnóstico e orientar a intervenção precoce da fisioterapia.

nervos cranianos; eletromiografia; esvaziamento cervical


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