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Avaliação do reflexo vestíbulo-ocular em pacientes com otite média crônica Como citar este artigo: Tomaz A, Monsanto RC, Cusin FS, Kasemodel AL, Penido NO. Evaluation of the vestibulo-ocular reflex in patients with chronic otitis media. Braz J Otorhinolaryngol. 2022;88:675-82.

Resumo

Introdução

Nos últimos anos, evidências científicas demonstraram que a otite média crônica se associa a alterações de equilíbrio e disfunção vestibular.

Objetivo

Comparar os resultados do teste do impulso cefálico por vídeo (ganho e simetria do reflexo vestíbulo-ocular e presença de sacadas cobertas e descobertas) em pacientes com otite média crônica e controles.

Método

Estudo transversal que envolveu pacientes com otite média crônica (grupo de estudo), entre 18 a 60 anos. Os pacientes no grupo estudo ainda foram divididos de acordo com o tipo de otite média crônica em (1) não supurativa, (2) supurativa e (3) colesteatomatosa. Para análise comparativa, selecionamos voluntários sem história de doenças otológicas e vestibulares (grupo controle), que obedeceram aos mesmos critérios de inclusão e exclusão do grupo de estudo. Os pacientes de ambos grupos foram submetidos ao teste de impulso cefálico por vídeo.

Resultados

O grupo estudo foi composto por 96 voluntários e o grupo controle por 61 indivíduos. A prevalência de sintomas vestibulares foi de 66% no grupo de estudo e 3,2% no grupo controle (p < 0,001). Os resultados mostram maior prevalência de alterações do ganho do reflexo vestíbulo-ocular (22,9%) e de sacadas corretivas (12,6%) no grupo otite média crônica em comparação ao grupo controle (p < 0,001). Apesar da maior prevalência de alterações de ganho, a média dos ganhos do reflexo vestíbulo-ocular dos grupos de otite média crônica estava dentro dos valores pré-definidos de normalidade; porém, a média do ganho do reflexo vestíbulo-ocular no canal semicircular anterior foi estatisticamente pior no grupo otite média crônica colesteatomatosa em comparação aos controles (p< 0,001). Em relação às sacadas corretivas, a prevalência de sacadas foi estatisticamente maior nos subgrupos otite média crônica supurativa e colesteatomatosa em comparação aos grupos não supurativa e controle (p = 0,004).

Conclusão

A otite média crônica se associa à maior prevalência de sintomas vestibulares e também maior prevalência de alterações no ganho e de sacadas corretivas em comparação a controles.

Palavras chave
Reflexo vestíbulo-ocular; Otite média; Testes de função vestibular; Teste do impulso da cabeça; Canais semicirculares

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