Resumo
Introdução:
O câncer laríngeo é o câncer mais comum do trato respiratório superior. Os principais métodos de tratamento incluem cirurgia (laringectomia parcial e laringectomia total) e radioterapia. A disfunção laríngea é observada em ambas as modalidades de tratamento.
Objetivos:
Comparar os resultados funcionais pós-operatórios da técnica de laringectomia padrão supracricoide e a técnica de laringectomia supracricoide modificada com o uso do músculo esterno-hióideo.
Método:
Foram incluídos 29 pacientes do sexo masculino (média de 58,20 ± 9,00 anos, intervalo de 41 a 79) com carcinoma espinocelular de laringe submetidos à laringectomia supracricoide parcial. Os pacientes foram divididos em dois grupos em termos de técnicas cirúrgicas. Todos os pacientes do Grupo A foram submetidos à laringectomia padrão supracricoide entre janeiro de 2007 e novembro de 2011. No Grupo B, todos os pacientes foram submetidos à laringectomia supracricoide modificada entre agosto de 2010 e novembro de 2011. A avaliação endoscópica da deglutição por fibra ótica, os escores da versão curta do Voice Handicap Index e do MD Anderson Dysphagia Inventory, o tempo de alimentação oral e a decanulação dos pacientes foram comparados após a cirurgia em cada grupo.
Resultados:
A média do tempo máximo de fonação foi de 8,68 ± 4,21 segundos no Grupo A e 15,24 ± 6,16 segundos no Grupo B (p > 0,05). A razão S/Z (seg/seg) foi de 1,23 ± 0,35 no Grupo A e 1,08 ± 0,26 no Grupo B (p > 0,05); as médias do Voice Handicap Index foram 9,86 ± 4,77 no Grupo A e 12,42 ± 12,54 no Grupo B (p > 0,05); as médias da avaliação endoscópica da deglutição por fibra ótica foram calculadas como 12,73 ± 3,08 no Grupo A e 13,64 ± 1,49 no Grupo B (p > 0,05). Na avaliação da deglutição pelo MD Anderson Dysphagia Inventory, os escores emocional, físico e funcional foram 29,21 ± 4,11, 32,21 ± 6,85 e 20,14 ± 2,17 no Grupo B e 29,20 ± 2,54, 32,4 ± 4,79 e 19 ± 1,92 no Grupo A, respectivamente.
Conclusão:
Embora não haja diferença estatística nas comparações de resultados funcionais, se as regras forem respeitadas na seleção pré-operatória do paciente, a laringectomia supracricoide parcial modificada pode ser aplicada com segurança e ganhos significativos podem ser alcançados em termos de resultados funcionais.
PALAVRAS-CHAVE
Laringectomia supracricoide modificada; Câncer; Laringe; Qualidade de voz; Decanulação