Plantas respondem ao ataque de herbívoros e patógenos com liberação de compostos orgânicos voláteis. Essas moléculas funcionam como defesas indiretas quando atraem inimigos naturais dos herbívoros e assim beneficiam a planta emissora. Uma questão controversa é se plantas vizinhas não-atacadas captam esses voláteis e respondem aumentando suas barreiras defensivas contra um ataque iminente. Apesar do seu forte apelo popular e da Talking Trees Hypothesis estar completando 25 anos, só recentemente os mais céticos estão sendo convencidos. Tem-se aceitado que respostas induzidas pela trasnferência de informação entre plantas ocorrem em pelo menos dois sistemas planta-herbívoro. No entanto, o grau de generalização do fenômeno e a dimensão da sua importância ecológica e evolutiva permanecem desconhecidos. Uma recente abordagem multidisciplinar, integrando Biologia Molecular, Bioquímica e Fisiologia à Ecologia, acena com novas e mais poderosas ferramentas metodológicas para esclarecer os processos de biossíntese, emissão, transporte e recepção dos sinais pelas plantas. Essa abordagem tem fornecido o suporte mecanicista adicional às evidências ecológicas da defesa induzida da planta, manifestada e mensurada mediante respostas ecofisiológicas e comportamentais dos insetos herbívoros.
compostos orgânicos voláteis; comunicação entre plantas; defesa induzida; interação inseto-planta; resistência induzida; percepção oportunista de sinais