A espécie Coffea arabica é considerada sensível às baixas temperaturas, podendo ser afetada em todo o seu ciclo. A injúria pelo frio (temperaturas baixas acima de zero) se caracteriza, principalmente, pela inibição do processo fotossintético. Este trabalho teve como objetivo avaliar a participação dos pigmentos fotossintéticos na tolerância de plântulas de cafeeiro (C. arabica L.) à temperatura de resfriamento. A avaliação da atividade fotossintética foi feita através da emissão de fluorescência da clorofila a à temperatura ambiente (25 ºC) in vivo e in situ, usando um fluorímetro portátil. O conteúdo dos pigmentos foi obtido a partir da extração com acetona 80 % e a peroxidação lipídica estimada a partir das medidas do conteúdo de MDA em extratos do tecido foliar. Os resultados indicaram uma redução generalizada na eficiência quântica do PSII quando as plântulas foram mantidas no escuro. A redução ocorreu tanto nas plântulas submetidas ao tratamento de resfriamento, quanto no material controle. Isso demonstra que não apenas a temperatura de resfriamento estaria atuando como causa dessas alterações na atividade do PSII. É provável que tenha ocorrido um esgotamento das reservas do tecido, com a taxa respiratória excedendo à fotossintética, já que essa era nula, uma vez que a energia de excitação esteve comprometida pela permanência das plântulas no escuro. A eficiência na captura, transferência e utilização da energia luminosa em reações fotoquímicas no PSII, requer uma seqüência de eventos fotoquímicos, bioquímicos e biofísicos intimamente dependentes da integridade estrutural do aparelho fotossintético. Sendo que essa eficiência se mostrou mais dependente da ação protetora dos pigmentos cloroplastídicos do que propriamente da concentração desses.
café; pigmentos fotossintéticos; fluorescência da clorofila a; peroxidação de lipídios