O uso de cateter venoso central (CVC) e antibióticos de amplo espectro estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da candidemia em pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI). É conhecido que alguns antibióticos aumentam a resistência das leveduras aos antifúngicos azólicos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar se leveduras presentes em colonização de CVC expostas a antibióticos que atuam em parede celular se beneficiam de uma redução na suscetibilidade ao fluconazol e voriconazol e se obtêm maior capacidade de formar biofilme. Candida albicans, C. tropicalis, C. glabrata,C. parapsilosis e C. guilhermondii foram semeadas em placas de Mueller-Hinton Agar, com gradientes de antibióticos (cefepima, meropenem, vancomicina e piperacilina-tazobactam). A suscetibilidade e a formação de biofilme das leveduras foram testadas antes e após a exposição aos antibióticos. Nenhum dos antibióticos provocou alterações detectáveis in vitro sobre a suscetibilidade das leveduras aos antifúngicos ou à capacidade de formar biofilme. Estes resultados sugerem que o aumento da candidemia na UTI não seria atribuído a possíveis alterações provocadas nas leveduras e sim pelo enfraquecimento da condição geral do paciente após longa exposição à infecção.
Cateter venoso central/uso; Candidemia/controle; Biofilme/formação; Antibióticos; Antifúngicos; Candida/espécies/controle