A produção de conhecimento sobre a seleção de medicamentos baseada em evidências e executada por Comissões de Farmácia e Terapêutica é ainda escassa no Brasil, apesar da ampla discussão sobre o tema em países desenvolvidos. Este estudo buscou conhecer e analisar os aspectos relacionados à seleção de medicamentos em quatro hospitais universitários de grande porte no Rio de Janeiro, por meio de abordagem qualitativa. Entrevistas, observação direta e análise documental instrumentaram a coleta de dados qualitativos e quantitativos. A análise considerou duas dimensões: (i) estrutura e organização para o processo de seleção e (ii) critérios e métodos utilizados para avaliação. Apenas dois hospitais possuíam Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) ativa. A estrutura para a tomada de decisão era deficiente e os membros das Comissões apontaram pouca experiência e disponibilidade para a atividade. Os métodos de avaliação e critérios observados indicaram um processo de seleção acrítico nestes hospitais, comprometendo a assistência farmacêutica e potencialmente prejudicando o sistema de saúde. Apesar da metodologia qualitativa não permitir a extrapolação de resultados, é possível que este cenário seja parecido com o de outros hospitais universitários brasileiros.
Medicamentos/seleção para uso; Comissão de Farmácia e Terapêutica; Hospitais universitários/seleção de medicamentos