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Fatores Relacionados à Baixa Taxa de Doação de Órgãos - Abordagem de Gestão de Transplantes

RESUMO

Objetivo:

Avaliar a capacidade de identificar possíveis doadores de órgãos em um hospital universitário no estado do Maranhão (MA).

Métodos:

O estudo é uma coorte retrospectiva, quantitativa, baseada na análise documental de prontuários de pacientes falecidos nas unidades de terapia intensiva (UTIs) de adultos de um hospital universitário no MA, no período de 2018 a 2019. Utilizou-se o Instrumento de Triagem I da Organización Nacional de Trasplantes (ONT) da Espanha, fundamentado por Avedis Donabedian e validado no Brasil, para identificar possíveis doadores com indícios clínicos de morte encefálica (ME). A análise envolveu a revisão dos prontuários e a aplicação de critérios de diagnóstico de ME, conforme a Resolução nº 2.173 de 2017 do Conselho Federal de Medicina. Foram analisados 312 prontuários, resultando em 38 com sinais de ME, classificados como escapes por falhas na identificação e manutenção dos doadores.

Resultados:

Dos 312 prontuários avaliados, 21 de 2018 e 17 de 2019 (totalizando 38) apresentaram indícios clínicos de ME e foram selecionados para auditoria detalhada. Além disso, foi identificado que 31,1% dos escapes ou perdas de possíveis doadores ocorreram devido a óbitos não identificados como ME, gerando indicadores antes desconhecidos. A ferramenta revelou que pacientes submetidos a tratamento cirúrgico para tumores encefálicos e doenças cerebrovasculares têm maior probabilidade de evoluir para ME. Esses pacientes, geralmente internados na UTI geral, devem receber atenção especial nas avaliações diárias, pois têm alto potencial para se tornarem doadores de órgãos.

Conclusão:

A auditoria evidenciou a necessidade de melhorias na identificação e manutenção de possíveis doadores, bem como na redução de recusas familiares para aumentar o número de doações efetivas.

Descritores
Gestão de Transplantes; Possível Doador; Morte Encefálica; Qualidade em Transplantes

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