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Análise Perioperatória dos Pacientes Submetidos a Transplante Hepático no Hospital de Clínicas da Unicamp no Contexto da Pandemia de SARS-Cov-2

RESUMO

Introdução:

A pandemia causada pelo SARS-CoV-2 teve início no ano de 2020 e ocasionou mudanças importantes no número de transplantes realizados nos hospitais e nos protocolos de admissão de candidatos para realização do procedimento. A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) recomendava não realizar transplante de doadores com infecção COVID-19 ativa, teste positivo ou com Síndrome Respiratória Aguda Grave. As repercussões hepáticas relacionadas a COVID-19 são apresentadas em alguns relatos presentes na literatura médica. Estão bem documentadas as alterações hepáticas decorrentes de outros coronavírus tais como SARS-CoV e MERS-CoV. O Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas é um centro terciário que realiza transplantes de órgãos sólidos.

Objetivos:

Realizar a análise retrospectiva descritiva perioperatória dos transplantes hepáticos no contexto da pandemia por SARS-CoV-2 realizados no hospital das clínicas da Universidade Estadual de Campinas no período de março de 2020 a julho de 2021.

Materiais e Métodos:

Estudo retrospectivo, descritivo de coorte longitudinal baseado na revisão dos prontuários dos pacientes submetidos ao transplante hepático no contexto da pandemia por SARS-CoV-2 no período de março de 2020 a julho de 2021 no hospital de clínicas da Universidade Estadual de Campinas.

Resultados:

A análise retrospectiva foi realizada em 57 pacientes no período. Apenas 1 paciente precisou ser excluído por ter menos de 18 anos. Dos 56 pacientes, 52 realizaram coleta do exame laboratorial RT-PCR e tomografia (TC) de tórax. Desses 52 pacientes apenas 2 positivaram o exame, um pré transplante (TX) e um no pós-operatório (pós-op). Em relação às TC de tórax nenhuma apresentava alterações típicas para COVID pré-TX, no pós-op 4 pacientes apresentaram TC típicas. A média de idade foi de 55,86 anos. A taxa de mortalidade foi de 38% e nenhum óbito foi atribuído ao COVID 19. A escala de MELDNa média foi de 20,94.

Conclusão:

O presente estudo realizado no Hospital de Clínicas da Unicamp analisou a associação clínica, laboratorial e radiológica para melhor elucidar as variáveis determinadas pela COVID-19 no seu diagnóstico e manejo intra-hospitalar. Conclui-se que a pandemia por SARS-CoV-2 teve impacto na rotina de realização do transplante hepático mundialmente e no serviço no qual o estudo foi realizado.

Descritores
COVID 19; Tomografia de Tórax; Transplante de Fígado; RT-PCR

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