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Estimativas de densidade populacional em três táxons de aves ameaçados de extinção do Centro de Endemismo Pernambuco, nordeste do Brasil

Resumo

A determinação dos riscos relativos de extinção dos táxons ameaçados é importante para o delineamento de ações de recuperação e para o direcionamento dos investimentos em conservação. O Brasil é o país que possui o maior número de táxons ameaçados de aves, no entanto, informações sobre aspectos demográficos são inexistentes para a maioria deles. Neste trabalho são apresentadas estimativas de densidades populacionais, baseadas no método de amostragem por distância, para três táxons ameaçados de extinção endêmicos do Centro de Endemismo Pernambuco (CEP), a região mais degradada de toda a Mata Atlântica. Os táxons analisados foram a choca-lisa Thamnophilus aetiops distans (Ameaçada), o flautim-marrom Schiffornis turdina intermedia (Vulnerável) e a maria-de-barriga-branca Hemitriccus griseipectus naumburgae (Vulnerável). Os números de indivíduos/ha estimados para um fragmento de floresta de aproximadamente 1000 ha foram respectivamente 0,21, 0,14 e 0,73. Com isto, foi possível confirmar a premissa de que mesmo táxons classificados em uma mesma categoria de ameaça com base apenas em informações de hábitats podem possuir densidades populacionais bastante divergentes e portanto diferentes graus de riscos de extinção. Embora as densidades populacionais possam variar entre fragmentos, a extrapolação destes dados para toda a área do CEP confirmou a classificação de Vulnerável para o flautim-marrom e indicou as categorias Vulnerável e Pouco Preocupante para a choca-lisa e para a maria-de-barriga-branca, sugerindo que para as duas últimas, as classificações atuais baseadas nos tamanhos das suas Áreas de Ocupação (Ameaçada e Vulnerável) devem prevalecer.

Palavras-chave
Aves; Censo; Amostragem por distância; Floresta tropical; Mata Atlântica

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