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Das cabeceiras às Cataratas do Iguaçu: inventário da ictiofauna da bacia do rio Iguaçu mostra aumento na porcentagem de espécies não nativas

Resumo:

Conhecer a ictiofauna de uma bacia hidrográfica compreende condição mínima necessária para que se possam implantar quaisquer medidas de exploração, manejo ou preservação dos recursos hídricos e pesqueiros. Apesar de sua relevância, o número de espécies de peixes de toda a bacia hidrográfica do rio Iguaçu ainda é incerto. Assim, o objetivo deste estudo foi compilar as espécies de peixes que ocorrem no extenso trecho da bacia acima das Cataratas do Iguaçu. Além disso, registramos o nível de ameaça de extinção às espécies nativas, a origem das espécies não nativas e suas principais vias de introdução. Para isso foi realizado um levantamento por meio de consultas a coleções ictiológicas, bem como aos bancos de dados online, além de revisão de literatura por meio do uso das plataformas de buscas Thomson Reuters, Scielo e Elsevier - ScienceDirect, que abordavam o tópico “ictiofauna da bacia do rio Iguaçu” e o período de tempo incluiu todos os trabalhos publicados até março de 2020. O levantamento compilou ao todo 133 espécies, distribuídas em nove ordens, 29 famílias e 72 gêneros. Em toda a extensão da bacia foram registradas 79 espécies de peixes. Nas unidades hidrográficas do médio e baixo rio Iguaçu foram registradas 119 espécies (40 exclusivas) e na unidade hidrográfica do alto rio Iguaçu foram registradas 93 espécies (14 exclusivas). A taxa de endemismo para a bacia do rio Iguaçu (aproximadamente 69%) contrasta com as 40 espécies de peixes não nativos registradas (aproximadamente 30% do total de espécies na bacia). Os sucessivos barramentos, a perda de qualidade de habitats e o aumento no número de espécies não nativas são ameaças às espécies autóctones, especialmente às endêmicas, as quais apresentam aproximadamente 20% listadas em alguma categoria de ameaça ao risco de extinção. Ressaltamos que o monitoramento constante da ictiofauna é necessário para a descoberta de espécies supostamente não descritas, bem como para a aplicação de estratégias de manejo para mitigar os efeitos negativos e promover o controle da disseminação de espécies não nativas.

Palavras-chave:
Risco de extinção; Peixes; Espécies, introduzidas; Lista de espécies; Estado do Paraná

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