A diatomácea Palmerina hardmaniana (Greville) Hasle apresenta ampla distribuição geográfica em águas neríticas tropicais e subtropicais. No presente trabalho foram analisadas amostras de plâncton, coletadas mensalmente entre 1995 e 2007 na zona de rebentação da Praia do Cassino, RS (32° 12' S e 52° 10' W), e no inverno de 2005 e verão de 2007 na plataforma continental e talude do sul do Brasil, na região de Cabo de Santa Marta Grande, SC e Albardão-Chuí, RS (28° 23'-33° 07' S e 48° 41'-52° 26' W). Apresentamos a descrição detalhada de P. hardmaniana, como primeiro estudo com observações de microscopia eletrônica de varredura para material coletado em águas do Oceano Atlântico Sul Ocidental. Os dados morfológicos analisados confirmam a identificação da espécie em todos os seus detalhes estruturais. Palmerina hardmaniana somente foi observada nos meses de verão/outono, em baixa densidade (< 500 células.L-1) na zona de arrebentação da Praia do Cassino bem como em estações costeiras da plataforma continental. A temperatura quente da água (18-29 °C), indica as águas tropicais/subtropicais como possível origem do inóculo de P. hardmaniana no verão-outono. A salinidade entre 23 e 36 e o teor relativamente alto de sílica também indicam a importância da descarga terrestre nas ocasiões de presença de P. hardmaniana, exercendo importante papel no suprimento de nutrientes. Salienta-se que a espécie não é citada em águas argentinas e uruguaias e assim, sugerimos que o extremo sul do Brasil representa aproximadamente o limite sul da distribuição geográfica de Palmerina hardmaniana no Oceano Atlântico Sul Ocidental.
fitoplâncton; Palmerina; ultraestrutura variação sazonal; biogeografia; indicador biológico
