Nós capturamos pequenos mamíferos em oito fragmentos florestais (43 a 1.411 ha) nos períodos seco e chuvoso, no sudoeste de Mato Grosso, Brasil, e investigamos a variação na riqueza e na abundância de pequenos mamíferos e em variáveis relacionadas à estrutura da floresta (volume da liteira e abertura do dossel) e à disponibilidade de artrópodes, entre os dois períodos do ano. As amostragens foram realizadas durante o período chuvoso entre 2002 e 2003 e durante período seco de 2003. Em cada fragmento, foram utilizadas armadilhas Sherman, Tomahawk, Snap trap e Pitfall durante 10 dias consecutivos em cada época do ano, totalizando 17.600 armadilhas x noites. Foram obtidas no total 379 capturas de 20 espécies, sendo sete de marsupiais e 13 de roedores, com sucesso de captura de 2,2% (1,6% para o período chuvoso e 2,7% para o período seco). Não houve diferenças significativas na riqueza total, riqueza de roedores, riqueza de marsupiais, abundância total e abundância de roedores entre os períodos seco e chuvoso. Já a abundância de marsupiais foi significativamente maior na época da seca, quando a quantidade de chuvas é menor. O volume da liteira foi significativamente maior durante a seca, enquanto a disponibilidade de artrópodes foi significativamente maior durante o período chuvoso. Sendo assim, a grande disponibilidade de alimento no ambiente durante a estação chuvosa pode ter tornado as iscas das armadilhas menos atrativas. De maneira geral, as variações entre períodos seco e chuvoso observados estão de acordo com padrões descritos em outros estudos.
roedores; marsupiais; disponibilidade de recursos; sazonalidade