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Morfologia e anatomia dos frutos e sementes de três espécies de Erythroxylum P. Browne (Erythroxylaceae)

DISSERTAÇÕES E TESES

Morfologia e anatomia dos frutos e sementes de três espécies de Erythroxylum P. Browne (Erythroxylaceae)

Adriana Tiemi Nakamura

RESUMO

O cerrado (senso lato) é uma vegetação que cobre 20 a 25% do território brasileiro, cuja flora é bastante rica e diversificada, abrangendo cerca de 6.062 espécies de Fanerógamas, entre árvores, arbustos de grande porte e muitas espécies arbustivas e herbáceas. O conhecimento incompleto da flora como um todo e as informações esparsas e restritas a pequeno número de espécies dificultam qualquer tentativa de criação de um esquema racional para preservação dos cerrados e identificação de áreas particularmente críticas. Aspectos da morfologia e anatomia de grande parte dos representantes do cerrado são desconhecidos, sendo que os estudos morfo-anatômicos a respeito dos frutos e sementes das plantas de cerrado são ainda mais escassos. Com base no exposto e considerando que a família Erythroxylaceae é uma das mais representativas dos cerrados, realizou-se o presente trabalho, que teve por objetivo principal estudar a morfologia, anatomia e ontogênese dos frutos e sementes de Erythroxylum campestre, E. cuneifolium e E. suberosum, espécies nativas de cerrado do Estado de São Paulo. O fruto das espécies estudadas é drupóide, de coloração vermelha na maturidade e com cálice persistente. A semente é bitegumentada, albuminosa e com embrião axial com eixo hipocótilo-radicular curto e cotilédones carnosos. Anatomicamente, os frutos das espécies estudadas foram divididos em três estádios de desenvolvimento: I — caracterizado por inúmeras divisões celulares na parede ovariana e no óvulo de botões florais, flores em antese e pós-antese; II — grande crescimento do pericarpo e da semente dos frutos verdes, até o tamanho final dos mesmos; III — amadurecimento do pericarpo e da semente, contemplando-se a diferenciação do embrião. Durante o desenvolvimento do fruto, observou-se que o tecido que se lignifica e delimita o pirênio é derivado do mesocarpo interno associado ao endocarpo, este unisseriado. Os tegumentos seminais são papiráceos com exotégmen lignificado. Conclui-se que, para abranger os frutos aqui referidos a definição clássica dos frutos drupóides precisa ser revista, pois nem sempre é apenas o endocarpo que é lenhoso. Para contemplar as espécies de Erythroxylum estudadas, os frutos drupóides devem ser definidos como aqueles que apresentam a região interna do pericarpo lenhosa, podendo abranger tecidos mesocárpicos e/ou endocárpicos.

Palavras-chave: morfologia, anatomia, fruto, semente, Erythroxylaceae

Dissertação (mestrado) — Instituto de Biociências de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, 2003.

Orientador: Drª. Denise Maria Trombert de Oliveira.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Out 2006
  • Data do Fascículo
    2005
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