Acessibilidade / Reportar erro

Anuros de um remanescente de Floresta Ombrófila Mista no sul do Brasil

Resumo:

A Mata Atlântica abriga a maior biodiversidade do planeta, com elevados números de endemismos e espécies ameaçadas de extinção. Entretanto, esse bioma tem sofrido extensa perda e fragmentação do habitat, com redução drástica da sua cobertura vegetacional original. Suprir lacunas sobre a história natural e os padrões de ocorrências de anuros auxiliam no desenvolvimento de estratégias de conservação para esse grupo. Neste estudo apresentamos a anurofauna do Parque Estadual do Papagaio Charão (PEPC), no estado do Rio Grande do Sul, sul do Brasil, com informações sobre endemismos, status de conservação e modos reprodutivos das espécies. Nossas amostragens em campo ocorreram entre março de 2018 e fevereiro de 2019 e utilizamos procura ativa e pitfalls traps para a coleta dos anuros. Registramos 26 espécies de anuros distribuídas em sete famílias e oito modos reprodutivos. Um número maior de espécies foi encontrado na borda (20 espécies), seguida da floresta e área aberta (16 espécies cada). As espécies mais abundantes foram Leptodactylus plaumanni (41,7%), Physalaemus cuvieri (27,1%) e P. carrizorum (16,5%). Maior riqueza e abundância foram registradas no período com maior pluviosidade e a temperatura influenciou somente a abundância dos anuros. Rhinella henseli, R. icterica, Vitreorana uranoscopa, Aplastodiscus perviridis, Boana curupi, B. leptolineata e Proceratophrys brauni são endêmicas da Mata Atlântica. Melanophryniscus devincenzii está classificada como “Em perigo” e Proceratophrys bigibbosa como “Quase ameaçada” pela IUCN. Boana curupi é considerada “Em perigo” no estado do Rio Grande do Sul e “Vulnerável” no Brasil. Vitreorana uranoscopa consta como “Quase ameaçada” no Rio Grande do Sul. Nossos resultados mostram a importância de áreas protegidas, como o PEPC, para a manutenção das populações e comunidades de anuros da Floresta Ombrófila Mista.

Palavras-chave:
Mata Atlântica; lista de espécies; estrutura da comunidade; modos reprodutivos; sazonalidade; conservação

Instituto Virtual da Biodiversidade | BIOTA - FAPESP Departamento de Biologia Vegetal - Instituto de Biologia, UNICAMP CP 6109, 13083-970 - Campinas/SP, Tel.: (+55 19) 3521-6166, Fax: (+55 19) 3521-6168 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: contato@biotaneotropica.org.br