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Diagnóstico, presença de endoparasitas e conhecimento local sobre a infestação do caracol gigante exótico africano (gastropoda: pulmonata: achatinidae), na zona urbana de Rio Branco, Acre, Brasil

Resumo

Conhecido como caracol gigante africano a espécie Lissachatina fulica é considerada uma das piores espécies invasoras do mundo. Em áreas urbanas pode causar grandes problemas econômicos e para a saúde pública por ser um potencial vetor de nematódeos de interesse médico e veterinário. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivos averiguar a extensão da infestação do caracol exótico nos bairros da zona urbana da cidade de Rio Branco; verificar a presença de endoparasitos, bem como avaliar o conhecimento da população local em relação a presença desta espécie invasora. Para isso, foram realizadas coletas diurnas no período de agosto de 2015 a junho de 2016. Para verificar a presença de endoparasitos foram enviados 44 indivíduos vivos ao Laboratório de Referência Nacional para Esquistossomose-Malacologia (LRNEM) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). A avaliação do grau de conhecimento dos moradores dos bairros infestados deu-se pela utilização de questionários com perguntas fechadas e diretas. A espécie exótica e invasora (L. fulica) foi detectada em 24 dos 36 bairros visitados. Dos 858 indivíduos coletados, 329 estavam vivos e 527 mortos. O comprimento total das conchas variou de 0,7 a 14,2 cm com uma média±desvio padrão de 4,8±2,21 cm. A densidade de indivíduos nas áreas amostradas variou do mínimo de 0,34 ao máximo de 3,54 indivíduos/m2 enquanto que a densidade média de espécimes tendo como base a área total amostrada foi de 0,54 indivíduos/m2. Somente em 2,7% (9) dos 329 espécimes dissecados foram encontrados ovos maduros. A busca por endoparasitos revelou a presença larvas rabditiformes em 84% dos espécimes investigados além dos nematódeos Aelurostrongylus abstrusus (22,7%) e Strongyluris sp. (2,2%). Ao todo foram entrevistados 39 moradores, onde verificou-se que eles têm consciência da presença do molusco mas desconhecem sua origem e a forma de manejá-lo adequadamente. Nossos resultados apontam para uma ampla infestação da espécie L. fulica na cidade de Rio Branco e constata a total ausência do poder público no que diz respeito a implementação de medidas de controle e manejo desta praga nos limites da cidade.

Palavras-chave:
Aelurostrongylus abstrusus; Lissachatina fulica; Strongyluris sp.; Sudoeste da Amazônia

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