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Ameaças em ampla e fina escala sobre peixes de água doce ameaçados de extinção do Brasil: variabilidade entre regiões hidrográficas e grupos taxonômicos

Resumo:

Alterações ambientais antropogênicas são a principal causa de extinção das espécies no Holoceno. As espécies têm sido expostas à diferentes fontes de ameaças principais, tais como a perda e fragmentação de habitat, poluição, introdução de espécies e coleta de organismos, muitas das quais são decorrentes de atividades antropogênicas específicas, tais como urbanização, agricultura e represamento (i.e. ameaças de escala fina). Entretanto, a importância dessas ameaças no estado de conservação das espécies em uma dada região depende do tipo de ameaça que as espécies são expostas e da susceptibilidade das espécies a esses impactos. Neste estudo, utilizamos a base de dados de espécies de peixes dulcícolas do Brasil ameaçadas de extinção para testar se as principais ameaças e os impactos específicos às espécies variam entre as regiões hidrográficas e grupos taxonômicos. Nossos resultados mostraram que a perda de habitat é uma ameaça principal ubíqua, prejudicando o estado de conservação das espécies de peixes do Brasil. Entretanto, diferentes ameaças de escala mais fina mediam este processo entre a regiões hidrográficas e grupos taxonômicos. A combinação de impactos provenientes da agricultura, desmatamento e urbanização afeta a maior parte das espécies ameaçadas nas bacias do Nordeste, Sul e Sudeste, incluindo as espécies da ordem mais ameaçada, os Cyprinodontiformes. O represamento dos rios é a principal atividade humana afetando as espécies ameaçadas de Siluriformes, Characiformes, Gymnotiformes e Cichliformes, especialmente nas bacias do norte (Amazônica e Tocantins-Araguaia). Portanto, as ameaças em escala fina que afetam as espécies ameaçadas variam entre as regiões hidrográficas e grupos taxonômicos, provavelmente devido à variabilidade geográfica na incidência das atividades de impacto humano e em função das diferenças nos requerimentos de nicho e vulnerabilidade das espécies a essas atividades.

Palavras-chave:
Biodiversidade aquática; Conservação; Perda de hábitat

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