Resumo:
O fogo é um fator ecológico que pode determinar os padrões de diversidade, estrutura e composição da biodiversidade. Assim, o fogo pode ser favorável ou prejudicial, dependendo de como, onde, quando e porquê ocorre. Os impactos do fogo na fauna variam de acordo com a ecologia das espécies e o regime de fogo. Levantamos a quantidade de artigos publicados no mundo e no Brasil para entender o esforço de pesquisa que relaciona fogo, fauna e mamíferos. Apenas 5% das publicações entre 1970 e 2019 com o assunto fogo tratam de fauna e 0,5% de mamíferos. Para o Brasil, obtivemos 7% dos artigos para fauna e 3% para mamíferos. O bioma brasileiro com mais artigos foi o Cerrado, seguido por Mata Atlântica, Amazônia, Pampa, Caatinga e Pantanal. Os países que se destacam como protagonistas em seus continentes, com maior número de publicações, são Estados Unidos da América e Austrália. O volume de pesquisas está relacionado aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento e à ocorrência de incêndios florestais. A regressão linear demonstra que os termos relacionados a incêndios florestais têm mais publicações do que os relacionados a queimas prescritas e há menos interesse em pesquisas relacionadas a fauna e a mamíferos. Diante disso, acreditamos ser necessário formar grupos de pesquisa nesses temas e intensificar os estudos relacionando ecologia do fogo e mamíferos. Ainda não existe um entendimento único sobre a influência do fogo na diversidade de animais e na estrutura da vegetação e, subsequentemente, nos recursos dos quais a vida selvagem depende. Consideramos que essas informações são essenciais para estabelecer políticas públicas de conservação mais eficientes.
Palavras-chave:
Cienciometria; Incêndio Florestal; Queimada; Mamíferos; Ecologia do Fogo