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Morfologia e anatomia de frutos e sementes de Styrax camporum Pohl. (Styracaceae), espécie de cerrado do Estado de São Paulo

DISSERTAÇÕES E TESES

Morfologia e anatomia de frutos e sementes de Styrax camporum Pohl. (Styracaceae), espécie de cerrado do Estado de São Paulo

Pricila Greyse dos Santos Julio

RESUMO

Styrax camporum Pohl. (Styracaceae), árvore típica dos cerrados brasileiros, é conhecida popularmente como benjoeiro, estoraque-do-campo, cuia-do-brejo, canela-poca, fruta-de-pomba, pindaíba e laranjeirinha. No Brasil, são encontradas cerca de 25 espécies de Styrax, sendo que três delas estão presentes nos cerrados. Trabalhos morfológicos e anatômicos sobre esta espécie são bastante escassos. Alguns abrangem os órgãos vegetativos e poucos trabalhos versam sobre órgãos reprodutivos, estes enfocando apenas os verticilos florais; com relação ao fruto e semente, nenhum trabalho foi encontrado. Tendo em vista a carência de dados da literatura, este trabalho tem como objetivo descrever aspectos morfológicos e anatômicos, em diferentes estádios de desenvolvimento, dos frutos e sementes de S. camporum, visando a caracterizar esses órgãos e verificar padrões estruturais indicativos de adaptação ao bioma cerrado. Foram analisados indivíduos provenientes de remanescentes de cerrado, localizados na região de Pratânia e Botucatu, Estado de São Paulo, que foram processados pelas técnicas convencionais. Os frutos em desenvolvimento foram classificados em quatro estádios: I — estádio inicial, caracterizado pelos ovários dos botões florais; II — ovário de flor pós-antese e frutos jovens; III — frutos adultos, ainda verdes; IV — frutos maduros. Verificou-se que o fruto de S. camporum é carnoso e monospérmico, mantendo o cálice persistente. O pericarpo é constituído por exocarpo unisseriado, apresentando tricomas estrelados lignificados e células com formato abaulado e tamanhos irregulares. O mesocarpo constitui-se de um tecido parenquimático multisseriado, alongado radialmente na maturidade; dispersos no mesocarpo ocorrem drusas e idioblastos fenólicos. Feixes vasculares estão presentes no terço interno do mesocarpo. Apesar do fruto desta espécie ser classificado como drupa, seu endocarpo é composto apenas por poucas camadas de fibras, não formando o pirênio com a dureza típica desses frutos. Também não se observa o concrescimento do endocarpo com o tegumento. A semente é típica da família Styracaceae, ou seja, é unitegumentada, apresentando testa multisseriada e bastante espessa, sendo a exotesta unisseriada. Na mesotesta externa, verificam-se várias camadas de braquiesclereídes. Internamente a essas células, ocorrem diversos feixes vasculares, seguidos por numerosas camadas de células parenquimáticas, que contêm evidente reserva de substâncias lipídicas. O embrião é axial, reto e espatulado, constituído por eixo embrionário típico e cotilédones foliáceos. Alguns caracteres observados no pericarpo refletem adaptações ao bioma cerrado, podendo-se destacar a presença dos numerosos tricomas e a ocorrência, no mesocarpo, de idioblastos fenólicos e cristalíferos.

Palavras-chave: morfologia, anatomia, ontogênese, fruto, semente, pericarpo, Styracaceae

Dissertação (mestrado) — Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Botucatu, 2003.

Orientador: Denise Maria Trombert de Oliveira

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Out 2006
  • Data do Fascículo
    2005
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