O processo de fragmentação florestal afeta principalmente predadores de topo que são mais propensos a desaparecer. Onças-pardas, Puma concolor, são conhecidas por terem uma dieta generalistas que inclui uma grande variedade de presas silvestres e domésticas. A capacidade das onças de adaptar sua dieta ao consumo de presas presentes em habitats antropizados pode ser a razão do sucesso desta espécie em incorporar áreas antropizadas com diferentes níveis de fragmentação como parte de seu hábitat. Neste trabalho, nós apresentamos um caso de consumo de uma grande presa, a anta, Tapirus terrestres, por uma onça-parda. De março de 2012 a outubro de 2013 nós coletamos 85 fezes de onças-pardas de forma oportunista dentro de fragmentos de floresta Atlântica do estado do Paraná, Brasil. Em uma das amostras nós encontramos pelos e alguns pedaços de cascos de uma anta. Nós propomos duas hipóteses que podem explicar a ocorrência de uma anta nas fezes de onça-parda: (1) um evento de aproveitamento de carcaça ou (2) um evento de predação de uma anta jovem. A explicação mais provável para este evento de consumo é que se as antas ainda são comuns na região de estudo, um evento de predação pela onça sobre uma anta jovem pode ter ocorrido. Este caso acrescenta informações ao conhecimento da grande plasticidade das onças-pardas em se adaptar a paisagens alteradas. Este é provavelmente o primeiro registro de uma onça-parda consumindo uma carcaça de anta ou predando uma anta.
predação; Puma concolor; aproveitamento; Tapirus terrestris