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Usando modelos de distribuição para estimar florações de cianobactérias fitossanitárias no Brasil

Resumo:

Os múltiplos usos dos ecossistemas aquáticos pela humanidade e a contínua interferência das suas atividades têm contribuído para o surgimento de florações de cianobactérias potencialmente tóxicas. Aqui, primeiramente criamos um banco de dados de ocorrências de floração de cianobactérias no Brasil por meio de uma revisão sistemática da literatura científica disponível em plataformas on-line (por exemplo, Web of Science, Catálogo de Teses da Capes). Em segundo lugar, realizamos modelos de nicho ecológico com dados de ocorrência obtidos a partir desses estudos para prever áreas climaticamente adequadas para as florações. Selecionamos 21 variáveis bioclimáticas como dados ambientais de entrada. Usamos cinco métodos de modelagem diferentes para no cenário climático atual: (1) Maxent; (2) Support Vector Machines; (3) Random Forest; (4) Maximum Likelihood e (5) Gaussian. Encontramos que o número de publicações sobre eventos de floração foi maior em 2009 com um declínio nos anos de 2012, 2013 e 2017. Além disso, os anos com os registros mais altos de florescimento em ambientes de água doce foram 2005, 2011 e 2014. Esses eventos ocorrem principalmente em reservatórios de abastecimento público e são na sua maioria dos gêneros Microcystis Lemmermann, 1907, Dolichospermum (Ralfs ex Bornet & Flahault) P.Wacklin, L.Hoffmann & J.Komárek, 2009 e Raphidiopsis F.E.Fritsch & F.Rich, 1929. Modelando a distribuição potencial das florações, encontramos lacunas de amostragem que devem ser direcionadas para futuras pesquisas, especialmente no bioma Amazônia. Em geral, os modelos não previram áreas altamente adequadas no norte do Brasil, enquanto outras regiões estavam relativamente bem distribuídas com um número maior de registros de ocorrência na região Sudeste.

Palavras-chave:
ecossistema de água doce; modelos de distribuição de espécie; ocorrência de floração; cyanobacteria

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