Resumo
Os padrões espaciais e temporais e a dinâmica da estrutura da comunidade biológica podem ser compreendidos por meio das lentes da teoria de metacomunidades, no qual o efeito dos processos locais (processos determinísticos, teoria do nicho ecológico) e regionais (processos estocásticos, teoria neutra) são destacados como os principais preditores do fitoplâncton. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de preditores ambientais locais, espaciais e de paisagem sobre a comunidade fitoplanctônica em lagos da planície de inundação do Rio Araguaia. Avaliamos as seguintes questões: (i) Qual é a importância específica das características físicas e químicas da água (preditores ambientais locais), dos processos dispersivos (preditores espaciais) e do uso e ocupação do solo (preditores de paisagem) na estrutura da metacomunidade fitoplanctônica, tanto para grupos taxonômicos quanto funcionais? (ii) O tamanho do buffer usado na medição do uso e da ocupação do solo ao redor das unidades de amostragem mostra diferenças na previsão da comunidade fitoplanctônica? Todos os preditores explicaram a estrutura do fitoplâncton, mas os espaciais foram os mais importantes. Os buffers mostraram diferentes habilidades preditivas, com a classificação taxonômica sendo relacionada a tamanhos maiores de buffers e grupos funcionais, o oposto. A grande influência dos preditores espaciais pode ser explicada pela dinâmica fonte-sumidouro, em que a dispersão é tão forte que pode diminuir os efeitos dos preditores locais e garantir um grande fluxo de organismos para as comunidades de sumidouros. Em conclusão, foi demonstrado que os processos dispersivos influenciam fortemente a estruturação espacial da metacomunidade de fitoplâncton e destacamos a necessidade de considerar o tamanho dos buffers ao avaliar o efeito da paisagem sobre as comunidades de fitoplâncton.
Palavras-chave
Uso e ocupação da terra; rio Araguaia; MBFG; Dispersão