Resumo
Físicos famosos, como Einstein e Wigner, perguntaram-se por que o simbolismo matemático desempenha papel tão decisivo e efetivo no desenvolvimento da física. Desde a época de Platão, duas diferentes respostas a essa questão foram dadas. Para Platão, a matemática era uma ciência da unidade e da ordem deste universo. Com Galileu surge a crença de que a matemática não descreve o mundo objetivo nem é reflexo de algum realismo metafísico: é, ao contrário, um reflexo da atividade humana no mundo. Kant, com sua “Revolução Copernicana da Epistemologia”, parece ter sido o primeiro a perceber isso. Por exemplo, para os pitagóricos, o número – ou, de forma mais geral, a aritmética – era “uma cosmologia” (KLEIN, 1985KLEIN, J. Lectures and Essays, Annapolis: St John's College Press, 1985., p. 45), já para Dedekind, o número era apenas um meio para distinguir coisas. Este artigo tenta compreender, esquematicamente, a transição de uma interpretação ontológica para uma interpretação semiótica da matemática.
Palavras-chave:
Matemática; Educação Matemática; Filosofia da Matemática; Epistemologia; Cognição; Semiótica