Resumo
Investigamos a influência do contexto escolar na prevalência da Ansiedade Matemática e no desempenho matemático de crianças escolares, considerando distintos contextos educacionais (rural, urbano e suburbano) e o gênero dos participantes (feminino, masculino). Aplicamos a escala autorrelatada de ansiedade matemática - Anxiety Rating Scale for Elementary children- MARS-E- traduzida e adaptada para o português em nove escolas públicas brasileiras, totalizando 312 estudantes do 5° e 6° ano do ensino fundamental, com idades entre 9 e 12 anos. O desempenho matemático foi obtido a partir da média das avaliações bimestrais dos participantes fornecidas por cada escola. Os resultados indicam que a AM está relacionada ao contexto escolar quando associada ao gênero. Para os contextos escolares urbano/suburbano, as meninas do grupo suburbano apresentaram maior AM quando comparadas as meninas do grupo urbano. Para os contextos rural/suburbano, os meninos que estudam na área rural apresentaram maior AM em relação aos seus pares do grupo suburbano. Não foram encontrados resultados associados aos contextos rural/urbano. Assim, nossos achados sugerem que dependendo do contexto escolar, a AM parece impactar o gênero de maneira diferente. De igual modo, o desempenho matemático também é fator crítico quando se observa os contextos escolares específicos, sendo o contexto rural o mais representativo do baixo desempenho matemático dos participantes. Nossos resultados contribuem com o estudo das influências sociais e ambientais da Ansiedade Matemática, indicando que o contexto escolar exerce influência tanto na prevalência da Ansiedade Matemática quanto no desempenho matemático, quando se considera o gênero.
Ansiedade Matemática; Desempenho acadêmico; Educação matemática; Contexto escolar; Gênero