O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência e severidade de fluorose dentária em escolares de 12 a 15 anos de idade de João Pessoa, PB, Brasil antes da implantação de um programa de fluoretação de águas. O uso de dentifrício fluoretado também foi investigado. De 1.402 escolares aleatoriamente selecionados, 31 recusaram-se a participar, 257 não eram residentes permanentes na cidade, resultando em uma amostra final de 1.114 escolares. Dois cirurgiões-dentistas calibrados (Kappa = 0,78) realizaram exames clínicos sob luz natural indireta nos dentes anteriores superiores e inferiores limpos com gaze e secos, aplicando-se o índice TF para fluorose. Um questionário sobre ingestão de dentifrício e hábitos de higiene oral foi aplicado. Os resultados demonstram uma prevalência de fluorose acima do esperado (29,2%). A maioria dos casos foi TF = 1 (66,8%), e os mais severos foram TF = 4 (2,2%). A maioria dos estudantes informou que faz uso de dentifrícios desde a infância; 95% dos participantes preferiam marcas com 1.500 ppm F e 40% confirmaram que usualmente ingeriam ou ainda ingerem dentifrício durante a escovação. Conclui-se que a prevalência de fluorose entre estudantes de João Pessoa é acima do esperado para uma cidade sem fluoretação de águas. No entanto, apesar de a maioria dos estudantes usar dentifrícios fluoretados, e quase a metade deles ingerir dentifrício quando escova, a maioria dos casos foi de pouco comprometimento estético sob o ponto de vista dos profissionais, o que sugere que a fluorose não se constitui em um problema de saúde pública nesta localidade.
Fluorose dentária; Fluoretos; Dentifrícios