Resumos
O experimento foi realizado em um latossolo vermelho-escuro distrófico, textura média, em Botucatu (SP), com o objetivo de avaliar os efeitos da calagem na correção da acidez do solo e no desenvolvimento do sistema radicular do amendoim, utilizando quatro doses de calcário dolomítico calcinado - 0, 4, 6 e 8 t/ha - e dois cultivares de amendoim: Tatu e Tupã. O delineamento experimental empregado foi o de blocos ao acaso em parcelas subdivididas, com três repetições. Verificou-se que a calagem proporcionou correção da acidez do solo e aumentou os teores de cálcio e magnésio trocáveis até 40 cm de profundidade. Esse efeito foi constatado três meses após a aplicação de calcário e perdurou até, pelo menos, dezesseis meses. A densidade de raízes foi maior nos primeiros 20 cm, onde, na linha de semeadura, apresentou correlação com parâmetros da fertilidade do solo, principalmente com o teor de cálcio. A calagem aumentou a absorção de cálcio pelo amendoim, atingindo o máximo, com teores, no solo, de 25,3 mmolc /dm3, na camada de 0-20 cm, e 8,9 mmolc /dm3, na de 20-40 cm. Não houve diferença entre os cultivares Tatu e Tupã quanto à absorção de cálcio do solo.
amendoim; acidez; subsolo; calagem; cálcio; sistema radicular
To study the effects of liming on soil acidity and root growth of peanut, a field experiment was carried out, in Botucatu, State of São Paulo, Brazil. Two peanut cultivars (Tatu and Tupã), grown in four rates of lime (0, 4, 6 and 8 t/ha) were studied in a Dark Red Latosol (Haplortox) on a split-plot experiment with three replications. Liming decreased soil acidity and increased calcium and magnesium contents up to 40 cm depth. These effects were observed three months after liming and lasted at least sixteen months. Soil acidity parameters were related to peanut root density, in the plant rows, in the 0-20 cm soil layer. Root density was best related to calcium concentration in the soil, irrespective of cultivars. The highest root density occurred in the 0-20 cm soil layer. Liming increased calcium uptake by peanut, and highest absorption was observed when calcium reached in the soil 25.3 mmolc /dm3, in the 0-20 cm layer, and 8.9 mmolc /dm3, in the 20-40 cm layer. Calcium uptake was similar to two cultivars.
peanuts; acidity; subsoil; liming; calcium; root system
VI. FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS
CORREÇÃO DA ACIDEZ DO SOLO E DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA RADICULAR DO AMENDOIM EM FUNÇÃO DA CALAGEM (1)(1) Parte da Tese de Doutorado do primeiro autor. Recebido para publicação em 10 de junho e aceito em 28 de novembro de 1997. Parte da Tese de Doutorado do primeiro autor. Recebido para publicação em 10 de junho e aceito em 28 de novembro de 1997.
EDUARDO FÁVERO CAIRES (2,4) (3) Departamento de Agricultura e Melhoramento Vegetal, FCA - UNESP, Caixa Postal 237, 18603-970 Botucatu (SP). e CIRO ANTONIO ROSOLEM (3,4) (3) Departamento de Agricultura e Melhoramento Vegetal, FCA - UNESP, Caixa Postal 237, 18603-970 Botucatu (SP).
RESUMO
O experimento foi realizado em um latossolo vermelho-escuro distrófico, textura média, em Botucatu (SP), com o objetivo de avaliar os efeitos da calagem na correção da acidez do solo e no desenvolvimento do sistema radicular do amendoim, utilizando quatro doses de calcário dolomítico calcinado - 0, 4, 6 e 8 t/ha - e dois cultivares de amendoim: Tatu e Tupã. O delineamento experimental empregado foi o de blocos ao acaso em parcelas subdivididas, com três repetições. Verificou-se que a calagem proporcionou correção da acidez do solo e aumentou os teores de cálcio e magnésio trocáveis até 40 cm de profundidade. Esse efeito foi constatado três meses após a aplicação de calcário e perdurou até, pelo menos, dezesseis meses. A densidade de raízes foi maior nos primeiros 20 cm, onde, na linha de semeadura, apresentou correlação com parâmetros da fertilidade do solo, principalmente com o teor de cálcio. A calagem aumentou a absorção de cálcio pelo amendoim, atingindo o máximo, com teores, no solo, de 25,3 mmolc /dm3, na camada de 0-20 cm, e 8,9 mmolc /dm3, na de 20-40 cm. Não houve diferença entre os cultivares Tatu e Tupã quanto à absorção de cálcio do solo.
Termos de indexação: amendoim, acidez, subsolo, calagem, cálcio, sistema radicular.
ABSTRACT
LIME EFFECTS IN SOIL ACIDITY AND ROOT GROWTH OF PEANUT
To study the effects of liming on soil acidity and root growth of peanut, a field experiment was carried out, in Botucatu, State of São Paulo, Brazil. Two peanut cultivars (Tatu and Tupã), grown in four rates of lime (0, 4, 6 and 8 t/ha) were studied in a Dark Red Latosol (Haplortox) on a split-plot experiment with three replications. Liming decreased soil acidity and increased calcium and magnesium contents up to 40 cm depth. These effects were observed three months after liming and lasted at least sixteen months. Soil acidity parameters were related to peanut root density, in the plant rows, in the 0-20 cm soil layer. Root density was best related to calcium concentration in the soil, irrespective of cultivars. The highest root density occurred in the 0-20 cm soil layer. Liming increased calcium uptake by peanut, and highest absorption was observed when calcium reached in the soil 25.3 mmolc /dm3, in the 0-20 cm layer, and 8.9 mmolc /dm3, in the 20-40 cm layer. Calcium uptake was similar to two cultivars.
Index terms: peanuts, acidity, subsoil, liming, calcium, root system.
1. INTRODUÇÃO
O sistema radicular do amendoim é constituído por uma raíz principal pivotante vigorosa, da qual saem numerosas raízes laterais que se subdividem formando um conjunto bastante ramificado. Apesar do pequeno porte da planta, o sistema radicular é bem desenvolvido, podendo atingir profundidades consideráveis, superiores a 100 cm, segundo Gregory et al. (1951) e Gillier & Silvestre (1970). No Estado de São Paulo, em terra roxa estruturada, encontraram-se raízes de amendoim abaixo de 130 cm (Inforzato & Tella, 1960). Apesar dessa capacidade de atingir grandes profundidades, a maior concentração de raízes, cerca de 60% em massa, encontra-se nos primeiros 30 cm de solo (Inforzato & Tella, 1960).
Sabe-se que as raízes não se desenvolvem adequadamente em solos muito ácidos. Entre os fatores de acidez, a toxicidade de alumínio (Pavan et al., 1982) e a deficiência de cálcio (Ritchey et al., 1982) têm sido apontadas como os mais consideráveis na restrição do crescimento radicular. Assim, é importante o desenvolvimento de estratégias que permitam adequado crescimento radicular nessas condições, buscando corrigir camadas do subsolo ou mediante identificação de genótipos com maior habilidade em emitir raízes em condições adversas de fertilidade do solo.
No que diz respeito à correção da acidez do subsolo por calagem na camada arável, embora existam trabalhos mostrando que o calcário não se movimenta para camadas mais profundas (Messick et al., 1984; Rechcigl et al., 1991), a movimentação pode ocorrer, dependendo da dose de calcário aplicada (Quaggio et al., 1985; Souza & Ritchey, 1986), do tempo decorrido da aplicação (Quaggio et al., 1982b) e da adubação efetuada (Weir, 1974). Segundo Quaggio et al. (1993), desde que bem incorporado ao solo, o calcário pode melhorar rapidamente também as camadas do subsolo, com efeito duradouro. Todavia, há informações conflitantes quanto a essa eficiência da calagem e, em alguns casos, o movimento de cálcio tem sido usado como um índice de movimentação de calcário, o que não é necessariamente verdadeiro (Sumner, 1995).
No presente trabalho, estudou-se o desenvolvimento do sistema radicular de dois cultivares de amendoim, na presença e na ausência de calcário, procurando relacioná-lo ao efeito da calagem na correção da acidez do perfil do solo.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado na Estação Experimental Lageado, da Faculdade de Ciências Agronômicas - UNESP, no município de Botucatu (SP), em um latossolo vermelho-escuro, textura média, e cuja análise, realizada antes da instalação, revelou os seguintes resultados: pH (CaCl2 0,01 mol/L) 3,8; 80 mmolc /dm3 de H+ + Al3+; 4 mmolc /dm3 de Ca2+; 2 mmolc /dm3 de Mg2+; 1,0 mmolc /dm3 de K+; 5 mg/dm3 de P (resina); 87 mmolc /dm3 de CTC e 8% de saturação por bases.
Empregou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso em parcelas subdivididas, com três repetições, sendo os tratamentos constituídos por quatro doses de calcário dolomítico calcinado com 95% de PRNT (0, 4, 6 e 8 t/ha), visando elevar a saturação por bases do solo a 50, 70 e 90%, e dois cultivares de amendoim (Tatu e Tupã). O calcário foi aplicado com 40 dias de antecedência da semeadura e incorporado por meio de grade niveladora, em terreno que sofrera anterior aração, à profundidade de 0-20 cm.
As parcelas foram constituídas por seis linhas de amendoim, espaçadas de 0,5 m, com 40 cm de comprimento, as quais foram divididas em duas subparcelas de 20 m. As parcelas receberam os tratamentos de calagem e as subparcelas, os cultivares. Entre as parcelas, foi mantido um espaço de 2 m sem aplicação de calcário, para prevenir a contaminação entre elas durante a incorporação e o preparo de solo.
Efetuou-se adubação básica no sulco de semeadura, com 100 kg/ha de P2O5 e 40 kg/ha de K2O, respectivamente, nas formas de superfosfato simples e cloreto de potássio. A semeadura foi manual, em 7 de novembro de 1990, colocando-se 25 sementes por metro linear.
As amostras de solo foram tomadas cerca de três e de dezesseis meses após a aplicação de calcário, por meio de trado de rosca, retirando-se doze subamostras por parcela, para compor uma amostra composta da camada de 0-20 cm, e cinco subamostras para as de 20-40 e 40-60 cm. Nas amostras de terra coletadas, determinaram-se o pH, os cátions trocáveis e o H + Al, segundo Raij & Quaggio (1983).
As amostras de raízes foram coletadas aos 65 dias da emergência das plântulas, por meio de trado cilíndrico em três profundidades (0-10, 10-20 e 20-40 cm), na linha e na entrelinha da cultura, retirando-se quatro subamostras por subparcela para compor uma amostra composta. As amostras, com 2,6 cm de diâmetro, foram tomadas ao acaso na subparcela, apenas em dois tratamentos de calagem (0 e 8 t/ha ). As raízes foram separadas do solo por dispersão em água, através de peneira de 1 mm. A quantificação de raízes foi efetuada por meio de medidor Comair Root Length, cujo princípio de funcionamento se baseia no método proposto por Tennant (1975).
As amostras de plantas foram coletadas aos 75 dias após a emergência, retirando-se 0,5 m de linha contínua de plantas de cada subparcela. As plantas, após terem sido lavadas e separadas em folhas, caules e vagens, foram colocadas para secar em estufa com circulação forçada de ar à temperatura de 60ºC, até atingir massa constante. A seguir, as amostras foram avaliadas e moídas, determinando-se os teores de cálcio nas diferentes partes da planta por meio de digestão nítrico-perclórica e leitura em espectrofo-tômetro de absorção atômica, conforme o método descrito por Malavolta et al. (1989).
A análise da variância dos dados seguiu o modelo em parcelas subdivididas, tendo-se comparado as médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Na análise de densidade de raízes, para comparar a média dos dados entre as diferentes profundidades utilizou-se um intervalo de confiança (teste t) para a variável por horizonte.
Mediante análises de regressão por polinômios ortogonais, ajustaram-se equações de regressão aos dados de absorção de cálcio em função da calagem e do teor de cálcio trocável do solo nas profundidades, de 0-20 e 20-40 cm, escolhendo-se as significativas com maior coeficiente de determinação. Como não se observaram interações significativas entre calagem e cultivar para os parâmetros estudados, os efeitos dos tratamentos foram discutidos separadamente.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados de análises químicas de amostras de solo, coletadas em três profundidades, cerca de três meses após a aplicação de calcário, encontram-se na Figura 1. Nota-se que, nessa época, o corretivo já apresentara reação satisfatória no solo. Esperava-se tal efeito em função da qualidade do corretivo, do tempo decorrido da aplicação (Alcarde et al.,1989) e da precipitação pluvial nesse período. É evidente o efeito da calagem no aumento dos valores de pH e de saturação por bases, bem como nos teores de cálcio e magnésio. Ressalta-se que tal efeito foi significativo na camada arável (0-20 cm) e na de 20-40 cm quando se empregou a maior dose de calcário.
. Efeitos de doses de calcário, três meses após a aplicação, sobre o pH, saturação por bases (V%) e teores de cálcio e magnésio trocáveis do solo, em função da profundidade de amostragem. DMS = teste de Tukey a 5% de probabilidade.
O efeito da calagem perdurou no solo, pelo menos, até 16 meses da sua aplicação, porém, mesmo após esse tempo de reação, o calcário não proporcionou alteração alguma nas características químicas da camada de 40-60 cm (Figura 2). É importante ressaltar que o corretivo foi um produto calcinado, com elevado poder de neutralização e alta reatividade.
Efeitos de doses de calcário, dezesseis meses após a aplicação, sobre o pH, saturação por bases (V %) e teores de cálcio e magnésio trocáveis do solo, em função da profundidade de amostragem. DMS = teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Existem exemplos na literatura de correção do solo em subsuperfície pela aplicação de calcário (Quaggio et al.,1982a, 1985; Souza & Ritchey, 1986), mas o tempo decorrido para detectar a correção pode ser relativamente longo, de dois a oito anos, dependendo da condição. Entretanto, também existem trabalhos mostrando que o tempo para que esse efeito se manifeste no subsolo pode não ser tão longo, como é o caso dos dados obtidos por Quaggio et al. (1982b), após trinta meses, por Caires & Rosolem (1993a), após sete meses, e por Quaggio et al. (1993), após seis meses.
No presente trabalho, conseguiu-se, com a aplicação de 8 t/ha de calcário, elevar o pH CaCl2 0,01 mol/L de 4,0 para 4,4, e os teores de cálcio e magnésio trocáveis em cerca de 8,0 e 7,0 mmolc /dm3 respectivamente, a 20-40 cm, em apenas três meses.
As correlações entre densidade de raízes e alguns parâmetros da fertilidade do solo encontram-se no Quadro 1. Nota-se que houve correlações significativas com todos os parâmetros da fertilidade do solo estudados, sendo a mais estreita obtida com o teor de cálcio. Entretanto, essas correlações somente foram significativas na linha de semeadura e na camada de 0-20 cm, evidenciando que, nas mais profundas, outros fatores devem influenciar o crescimento radicular, seja de ordem física, seja da própria natureza morfológica das plantas. Esses resultados estão de acordo com os obtidos por Caires & Rosolem (1991), mesmo tendo sido utilizados métodos diferentes para avaliação do sistema radicular.
A correlação da densidade de raízes com o teor de cálcio foi mais alta do que com a saturação por cálcio (Quadro 1). Assim, a determinação do teor de cálcio no solo seria suficiente para um diagnóstico do potencial de crescimento radicular do amendoim, concordando com Caires & Rosolem (1991). Segundo Howard & Adams (1965), a saturação por cálcio seria um indicativo mais seguro quando se trabalha com diferentes solos, embora essa seja uma posição discutível (Adams & Hathcock, 1984).
Houve maior densidade de raízes, tanto na linha de semeadura como nas entrelinhas, nos primeiros 20 cm de solo (Figura 3), o que concorda com os dados obtidos por Inforzato & Tella (1960). Ressalta-se que foi também nessa camada o crescimento radicular do amendoim em resposta ao cálcio (Quadro 1).
Densidade de raízes de amendoim, na linha de semeadura (A), nas entrelinhas (B), em diferentes profundidades, 65 dias após a emergência das plântulas. Valores médios de dois tratamentos de calagem, dois cultivares e três repetições. m1 = média da profundidade de 0-10 cm; m2 = média da profundidade de 10-20 cm e m3 = média da profundidade de 20-40 cm.
Os resultados de comprimento de raízes de cultivares de amendoim por área, até 40 cm de profundidade, em função da calagem, são apresentados no Quadro 2. Observa-se que a calagem não exerceu influência significativa sobre tal comprimento. Embora as diferenças não tenham sido significativas, nota-se que houve tendência de o cultivar Tatu apresentar maior comprimento de raízes, na linha de semeadura e nas entrelinhas, com a calagem, e de o 'Tupã' mostrar melhor desenvolvimento radicular, na ausência de calagem, o que está de acordo com os resultados de Caires & Rosolem (1991).
A calagem aumentou a absorção de cálcio pelo amendoim, com resposta quadrática (Figura 4). De acordo com a curva calculada, a máxima absorção de cálcio seria obtida com a dose de 5,1 t/ha de calcário. A absorção de cálcio pelo cultivar Tatu foi de 87 kg/ha e pelo "Tupã", de 85 kg/ha, não mostrando diferença significativa. Portanto, os cultivares apresentaram capacidade semelhante de absorção de cálcio, concordando com os resultados de Caires & Rosolem (1993b).
Efeito da calagem sobre a absorção de cálcio pelo amendoim aos 75 dias após a emergência das plântulas. Pontos são médias de dois cultivares e três repetições. ** Significativo ao nível de 1%.
O aumento da absorção de cálcio deveu-se à elevação dos teores de cálcio no solo nas camadas de 0-20 e 20-40 cm (Figura 5). Nota-se que, nas curvas calculadas, a máxima absorção de cálcio ocorreu para teor de cálcio trocável de 25,3 mmolc /dm3, na camada de 0-20 cm, e de 8,9 mmolc /dm3, na de 20-40 cm. O melhor ajuste das curvas foi obtido para a camada de 0-20 cm, onde também se observou maior densidade de raízes (Figura 3) e melhor correlação do crescimento radicular em resposta ao cálcio (Quadro1). Salienta-se, no entanto, que o efeito da calagem no aumento do teor de cálcio do subsolo (20-40 cm) também contribuiu para maior absorção de cálcio pelas plantas, mesmo não tendo sido observada relação entre o crescimento radicular e o teor de cálcio em profundidade (Quadro 1). Esses resultados revelam a importância da melhoria do ambiente radicular do subsolo para o desenvolvimento do amendoim, mesmo que não se reflita diretamente em crescimento de raízes.
Relações entre a absorção de cálcio pelo amendoim e os teores de cálcio no solo nas camadas de 0-20 cm (A) e 20-40 cm (B). Pontos são médias de dois cultivares e três repetições. ** Significativo ao nível de 1%.
O teor de cálcio trocável na camada arável do solo (0-20 cm), que conferiu a máxima absorção de cálcio pelas plantas, muito se assemelha aos valores críticos de cálcio para a máxima produção de amendoim, observados por Bell (1985) e por Caires & Rosolem (1993a, 1995). Isso significa que o teor de cálcio na zona de frutificação entre 20,0 e 25,0 mmolc/dm3 parece ser o mais adequado tanto para a absorção de cálcio como para a produção de amendoim.
4. CONCLUSÕES
1. A densidade de raízes de amendoim, na linha de semeadura, correlacionou-se com os seguintes parâmetros da fertilidade do solo na camada de 0-20 cm: pH, saturação por bases, teor de cálcio e saturação por cálcio.
2. A maior densidade de raízes de amendoim, tanto na linha de semeadura como nas entrelinhas, ocorreu nos primeiros 20 cm de solo.
3. A calagem aumentou a absorção de cálcio pelo amendoim por proporcionar elevação dos teores de cálcio no solo até a profundidade de 40 cm.
4. A máxima absorção de cálcio ocorreu para teores do elemento no solo de 25,3 mmolc /dm3, na camada de 0-20 cm, e 8,9 mmolc /dm3, na de 20-40 cm.
5. A absorção de cálcio foi semelhante para os cultivares Tatu e Tupã.
(2) Departamento de Ciência do Solo e Engenharia Agrícola, UEPG, Caixa Postal 992/3, 84010-330 Ponta Grossa (PR).
(4 ) Com bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
16 Jun 1999 -
Data do Fascículo
1998
Histórico
-
Recebido
10 Jun 1997 -
Aceito
28 Nov 1997