Resumos
Em dezesseis experimentos de campo desenvolvidos com o cultivar IAC 20 em diferentes regiões paulistas, de 1984 a 1987, estudou-se a competição de adubos nitrogenados na cultura algodoeira. Sulfato de amônio e uréia foram aplicados em cobertura incorporada nas doses de 0, 25, 50, 75 e 100 kg/ha de N, em esquema fatorial, com quatro repetições distribuídas em blocos ao acaso. Em dois anos agrícolas, testou-se a não-incorporação da cobertura, na dose de 75 kg/ha de N, com o auxílio de tratamentos extras. Nos solos em pousio, ou seja, que estiveram anteriormente cobertos com pastagens antigas ou com leguminosa, ocorreram altas produtividades associadas às baixas respostas das plantas ao N mineral aplicado. O aumento da produtividade, de certa forma, relacionou-se com o N-inorgânico e com o P-resina da análise do solo. Esse último índice mostrou-se útil na discriminação dos ensaios sobre solos cultivados. Estudo econômico efetuado por grupo de resposta esperada indicou valores de doses mais econômicas entre 17 e 88 kg/ha de N, crescentes em função da intensidade de cultivo das glebas. Não houve diferença significativa entre o uso de sulfato de amônio ou de uréia, tampouco entre modo de aplicação do produto, se incorporado ao solo ou não, em termos de produção e de concentração foliar de N. A concentração de S no limbo foliar, no entanto, diminuiu significativamente com o uso de uréia. É proposto valor em torno de 3,8% de N - na análise do limbo das quintas folhas colhidas da haste principal, aos 80-90 dias de idade do algo-doeiro - como indicativo da probabilidade de resposta à adubação nitrogenada.
algodão; adubos nitrogenados; modos de aplicação; análises de solo e foliar; correlações
In order to compare the effect of ammonium sulfate and urea, when sidedressed and incorporated just after thinning, on cotton cv IAC 20, sixteen field experiments were conducted in different soils of the State of Silo Paulo, Brazil. The experiments were carried out during the growing seasons of 1984/85 to 1986/87. Rates of 0, 25, 50, 75, and 100 kg/ha of N were used in a factorial design (2 x 5), with four replications in randomized blocks. Two extra treatments were added in some experiments, in which the N sources were sidedressed without incorporation at the rate of 75 kg/ha of N. The highest yields and the smallest responses of cotton to N application occurred in soils previously covered with old pastures or grown with legumes in rotation. The most profitable rate of nitrogen fertilization, calculated for groups of experiments based on expected yields, varied from 17 to 88 kg/ha of N, the highest rates for soils more intensively cultivated. Yield responses to N could be reasonably predicted in soils grouped according to P extracted by ion exchange resin and, in some way, with the inorganic-N content of the 0-60cm soil layer. Soils with high available P, long under cultivation, showed high responses to N application than soils with median P levels. Nitrogen sources or methods of fertilizer application did not affect cotton yield and total N content of leaves; however, total S concentration in leaves decreased linearly with the increase of urea application. Total N around 3.8% is suggested as the critical limit for N in cotton, determined in blades of the most recently matured leaf, collected from the main stem, 80 to 90 days after planting.
cotton; nitrogen fertilizers; method of fertilizer application; soil and foliar analysis
VI. ADUBAÇÃO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS
Uso de sulfato de amônio e de uréia na adubação do algodoeiro1 1 Trabalho financiado com recursos do convênio PETROFÉRTIL/EMBRAPA/IAC. Parcialmente apresentado na XIX Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, Santa Maria (RS), em julho de 1990.
Use of ammonium sulfate and urea in cotton fertilization
Nelson Machado Da SilvaI, VI; Luiz Henrique CarvalhoI, VI; Heitor CantarellaII, VI; Ondino Cleante BatagliaII, VI; Julio Isao KondoIII; José Carlos SabinoIV; Nelson BortolettoV
ISeção de Algodão, Instituto Agronômico (IAC), Caixa Postal 28, 13001-970 Campinas (SP)
IISeção de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, IAC
IIISeção de Tecnologia de Fibras, IAC
IVEstação Experimental de Tietê, IAC
VEstação Experimental de Votuporanga, IAC
VICom bolsa de pesquisa do CNPq
RESUMO
Em dezesseis experimentos de campo desenvolvidos com o cultivar IAC 20 em diferentes regiões paulistas, de 1984 a 1987, estudou-se a competição de adubos nitrogenados na cultura algodoeira. Sulfato de amônio e uréia foram aplicados em cobertura incorporada nas doses de 0, 25, 50, 75 e 100 kg/ha de N, em esquema fatorial, com quatro repetições distribuídas em blocos ao acaso. Em dois anos agrícolas, testou-se a não-incorporação da cobertura, na dose de 75 kg/ha de N, com o auxílio de tratamentos extras. Nos solos em pousio, ou seja, que estiveram anteriormente cobertos com pastagens antigas ou com leguminosa, ocorreram altas produtividades associadas às baixas respostas das plantas ao N mineral aplicado. O aumento da produtividade, de certa forma, relacionou-se com o N-inorgânico e com o P-resina da análise do solo. Esse último índice mostrou-se útil na discriminação dos ensaios sobre solos cultivados. Estudo econômico efetuado por grupo de resposta esperada indicou valores de doses mais econômicas entre 17 e 88 kg/ha de N, crescentes em função da intensidade de cultivo das glebas. Não houve diferença significativa entre o uso de sulfato de amônio ou de uréia, tampouco entre modo de aplicação do produto, se incorporado ao solo ou não, em termos de produção e de concentração foliar de N. A concentração de S no limbo foliar, no entanto, diminuiu significativamente com o uso de uréia. É proposto valor em torno de 3,8% de N - na análise do limbo das quintas folhas colhidas da haste principal, aos 80-90 dias de idade do algo-doeiro - como indicativo da probabilidade de resposta à adubação nitrogenada.
Termos de indexação: algodão; adubos nitrogenados; modos de aplicação; análises de solo e foliar, correlações.
ABSTRACT
In order to compare the effect of ammonium sulfate and urea, when sidedressed and incorporated just after thinning, on cotton cv IAC 20, sixteen field experiments were conducted in different soils of the State of Silo Paulo, Brazil. The experiments were carried out during the growing seasons of 1984/85 to 1986/87. Rates of 0, 25, 50, 75, and 100 kg/ha of N were used in a factorial design (2 x 5), with four replications in randomized blocks. Two extra treatments were added in some experiments, in which the N sources were sidedressed without incorporation at the rate of 75 kg/ha of N. The highest yields and the smallest responses of cotton to N application occurred in soils previously covered with old pastures or grown with legumes in rotation. The most profitable rate of nitrogen fertilization, calculated for groups of experiments based on expected yields, varied from 17 to 88 kg/ha of N, the highest rates for soils more intensively cultivated. Yield responses to N could be reasonably predicted in soils grouped according to P extracted by ion exchange resin and, in some way, with the inorganic-N content of the 0-60cm soil layer. Soils with high available P, long under cultivation, showed high responses to N application than soils with median P levels. Nitrogen sources or methods of fertilizer application did not affect cotton yield and total N content of leaves; however, total S concentration in leaves decreased linearly with the increase of urea application. Total N around 3.8% is suggested as the critical limit for N in cotton, determined in blades of the most recently matured leaf, collected from the main stem, 80 to 90 days after planting.
Index terms: cotton; nitrogen fertilizers; method of fertilizer application; soil and foliar analysis.
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Recebido para publicação em 29 de março de 1992 e aceito em 20 de abril de 1993.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
16 Out 2007 -
Data do Fascículo
1993
Histórico
-
Recebido
29 Mar 1992 -
Aceito
20 Abr 1993