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Comparação entre Pistas Indiretas Planas Simples e placas miorrelaxantes para tratamento de dor de cabeça relacionada à disfunção temporomandibular: ensaio clínico randomizado

DESTAQUES

  • Pistas Indiretas Planas apresentaram um desempenho melhor do que as placas miorrelaxantes no tratamento da cefaleia secundária à disfunção temporomandibular.

  • Pistas Indiretas Planas reduziram o número de dias com dor de cabeça, a intensidade da dor e o uso de analgésicos.

  • Pistas Indiretas Planas podem ser uma alternativa viável para o controle da cefaleia.

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

A cefaleia secundária à disfunção temporomandibular (CDTM), é uma condição clínica muito comum, com dores nas têmporas. O tratamento padrão na odontologia são as placas miorrelaxantes, entretanto um aparelho da ortopedia funcional dos maxilares, chamado de Pistas Indiretas Planas Simples (PIPS), tem se demonstrado eficiente no controle dessas cefaleias. Este estudo clínico visou comparar as PIPS com as placas miorrelaxantes, no quadro álgico de CDTM.

MÉTODOS:

Este ensaio clínico randomizado incluiu 37 mulheres portadoras de CDTM há mais de um ano, que foram distribuídas aleatoriamente em três grupos: o GPIPS, no qual as pacientes foram tratadas com PIPS, o GPLACA, com uso de placas miorrelaxantes de Michigan e o grupo controle (GC), sem qualquer tratamento. A aleatorização foi pareada, sendo que cada participante era consecutivamente alocada em um grupo diferente. Foram coletados e analisados dias de cefaleia por mês, intensidade de dores, resposta álgica à palpação de masseter e temporal, bem como os dias de uso de fármacos. O acompanhamento foi de três meses.

RESULTADOS:

Das 37 pacientes iniciais, 4 desistiram do tratamento e apenas 33 foram submetidos a alguma intervenção. As pacientes do GPIPS apresentaram resultados muito superiores às do GPLACA e do GC, com diferenças significativas entre os grupos em quase todas as variáveis. No GPIPS, os dias de dor diminuíram 87,43%, a intensidade 66,67% e os dias de uso de fármacos analgésicos 88,42%, sendo estatisticamente significante a melhora em todos os parâmetros em relação ao GC. Já no GPLACA, os dias de dor diminuíram 44,46% e os dias de uso de fármacos 36,63%, mas a intensidade da dor aumentou 46,67%, porém sem diferença estatisticamente significante em nenhum parâmetro quando comparado ao GC.

CONCLUSÃO:

O uso do PIPS pode ser uma boa escolha de tratamento da CDTM, tendo apresentado resultados mais consistentes do que as placas miorrelaxantes. Mais estudos e com mais participantes são necessários para confirmar estes achados.

Descritores
Cefaleia; Distúrbios de cefaleia; Distúrbios secundários de cefaleia; Pistas Indiretas Planas; Placas miorrelaxantes; Síndrome de disfunção da articulação temporomandibular

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