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Atualização sobre a dor crônica musculoesquelética: revisão narrativa

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

Há condições nas quais a dor crônica musculoesquelética está presente sem lesão tecidual aparente, como nos casos de fibromialgia ou dor lombar inespecífica. Nestes casos, a compreensão da doença e o tratamento são desafios para os pacientes, profissionais e serviços de saúde. Assim, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão narrativa sobre a dor crônica musculoesquelética, discutir as definições e classificações atuais e apresentar diferentes estratégias de manejo de modo a contribuir na implementação destes conhecimentos na prática clínica.

CONTEÚDO:

A dor crônica musculoesquelética, sem lesão aparente, passa a ser considerada uma doença e ganha uma atualização no Código Internacional de Doenças 11 (CID-11), sendo denominada dor crônica musculoesquelética primária. O principal mecanismo deste tipo de dor é o nociplástico, no qual não há evidência clara de dano tecidual real ou potencial, causando a ativação de nociceptores periféricos ou evidência de doença ou lesão do sistema somatossensorial que causa a dor.

CONCLUSÃO:

A dor crônica musculoesquelética hoje é classificada em subgrupos: dor crônica primária, no qual a dor é entendida como uma doença; e dor crônica secundária, no qual a dor surge como parte de um processo de doença. O sofrimento emocional e incapacidade funcional são característicos, mas não exclusivos, da dor crônica musculoesquelética primária, na qual não há lesões teciduais ou outro diagnóstico que explique a dor. As estratégias de tratamento devem ser multimodais e multidisciplinares, além de incluir fatores biopsicossociais, e devem ser alinhadas com as preferências do paciente e atuar nos fatores modificáveis individuais.

Descritores:
Dor crônica; Dor musculoesquelética; Modelos biopsicossocial

DESTAQUES

No CID-11, a dor crônica musculoesquelética passa a ser classificada como dor crônica primária e secundária.

Além dos mecanismos nociceptivo e neuropático da dor, inclui-se o mecanismo nociplástico.

O tratamento da dor crônica musculoesquelética primária deve incluir os fatores biopsicossociais nas estratégias de tratamento.

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