RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A síndrome complexa de dor regional se caracteriza por apresentar alterações autonômicas, sensitivas e motoras de evolução crônica de difícil controle. Sua fisiopatologia não está totalmente definida e a busca por um tratamento cada vez mais eficaz é objeto de preocupação médica. O comprometimento da região orofacial tem uma incidência ainda mais rara e a literatura relata apenas 14 casos em cinco décadas. O objetivo deste relato foi alertar médicos e pesquisadores para a importância de um diagnóstico correto e mostrar a possibilidade de controle dessa disfunção com o tratamento conservador.
RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 68 anos, após trauma facial e três intervenções cirúrgicas posteriores, desenvolveu quadro de síndrome complexa de dor regional orofacial. Foram realizados vários esquemas terapêuticos, o último dos quais tornou-a completamente assintomática: oxcarbazepina (900mg/dia), morfina de liberação controlada (120mg/dia), fluoxetina (40mg/dia) e clonazepam (2mg/dia), eletroterapia e reabilitação oral.
CONCLUSÃO: Os critérios de diagnóstico para a síndrome complexa de dor regional, preconizados pela International Association for the Study of Pain, revisados em 2007, devem ser seguidos. O tratamento desta síndrome neuropática inclui anticonvulsivantes, tricíclicos e opioides, eletroterapia, bloqueio somático e de gânglio estrelado, este último quando a dor for mantida pelo sistema nervoso simpático. Neste relato de uma síndrome complexa de dor regional II orofacial foi mostrado o controle da dor sem a necessidade de bloqueio do gânglio simpático, o que pode alertar a classe médica para um correto diagnóstico e um tratamento eficaz e menos invasivo.
Descritores: Algodistrofia; Causalgia; Diagnóstico; Distrofia simpática reflexa; Dor orofacial; Terapêutica