RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
A presença de neoplasias, doenças crônicas e doenças bucais pode exigir tratamento cirúrgico para sua resolução, embora possa ocasionar dor crônica. A dor orofacial pós-operatória crônica permanece mesmo após a cicatrização tecidual e suas causas não estão claramente descritas. A etiologia neuropática, embora seja a mais relatada, representa 30% dos casos; os outros 70% não estão elucidados e ainda são discutidos quais os principais fatores de risco envolvidos no desenvolvimento desta condição de dor crônica. O objetivo deste estudo foi relatar três casos clínicos de indivíduos com diferentes etiologias de dor orofacial pós-operatória crônica.
RELATO DOS CASOS:
Caso 1: Paciente do sexo feminino, 39 anos, com histórico de exérese de osteoblastoma em corpo mandibular, apresentou dor pós-operatória em choque, contínua, com alodínia intra e extraoral na área abordada. Diagnóstico: dor neuropática trigeminal pós-traumática. Caso 2: Paciente do sexo feminino, 30 anos, com diagnóstico de epilepsia refratária e neurocisticercose, queixou-se de dor orofacial e cefaleia bitemporal com piora após craniotomia para tratamento das doenças relatadas. Diagnóstico: cefaleia e dor orofacial pós-craniotomia. Caso 3: Paciente do sexo feminino, 49 anos, com telangiectasia hemorrágica hereditária, queixou-se de pulsar em rebordo alveolar após exodontia de três dentes, realizada em momentos distintos. Diagnóstico: percepção de dor orofacial secundária à doença vascular sistêmica.
CONCLUSÃO:
Diferentes procedimentos cirúrgicos, intra e extraorais, levaram ao desenvolvimento da dor orofacial pós-operatória crônica nos casos relatados, de etiologia não apenas neuropática. Estudos prospectivos multidisciplinares serão necessários para esclarecer as causas desse quadro doloroso.
Descritores:
Craniotomia; Dor crônica; Dor facial; Dor pós-operatória; Osteoblastoma; Telangiectasia hemorrágica hereditária