RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
Extensa literatura demonstrou que a má qualidade do sono, os sintomas de ansiedade e a catastrofização contribuem para o agravamento da disfunção temporomandibular (DTM). No entanto, a maioria dos estudos foi realizada em instituições públicas. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência da qualidade do sono nas características da dor e nos fatores psicológicos em pacientes com DTM dolorosa atendidos em uma clínica particular.
MÉTODOS:
Este é um estudo transversal. Quarenta e quatro pacientes adultos selecionados de acordo com o Eixo I dos critérios diagnósticos de DTM (DC/TMD) responderam aos questionários Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI); Escala de Catastrofização da Dor (PSC) e Escala de Transtorno de Ansiedade Generalizada (GAD-7). A amostra foi dividida em qualidade de sono bom e ruim de acordo com os escores do PSQI. A intensidade da dor foi mensurada através da Escala Analógica Visual (EAV) e a duração da dor foi registrada em meses.
RESULTADOS:
De uma amostra de 44 indivíduos 63,64% dos pacientes apresentaram DTM Muscular (dor miofascial), 18,18% DTM articular (artralgia) e 18% ambos. 72,73% dos pacientes apresentavam dor há mais 6 de meses. Os pacientes que relataram má qualidade do sono apresentaram mais sintomas de ansiedade (p=0,009) e pensamentos catastróficos relacionados à dor (p=0,006); destes, 93,7% apresentavam dor há mais de 6 meses. Houve correlações negativas entre idade e intensidade da dor e entre idade e sintomas de ansiedade.
CONCLUSÃO:
A má qualidade do sono foi significativamente associada à ansiedade, à catastrofização e à duração da dor em pacientes com DTM atendidos em clínica privada.
Descritores
Ansiedade; Catastrofização; Dor facial; Qualidade do sono; Setor privado; Transtornos da articulação temporomandibular
DESTAQUES
Estudos realizados em ambientes de prática privada são raros, e os perfis desses pacientes devem ser comparados com os dos pacientes do serviço público.
Os pacientes com baixa qualidade de sono apresentaram níveis significativamente mais altos de sintomas de ansiedade e escores de catastrofização, e também a maioria dos sintomas de dor crônica.
O gerenciamento da DTM deve incluir padrões e abordagens de sono, como educação do paciente e higiene do sono, para aumentar a eficácia dos tratamentos de DTM e, em última análise, gerar benefícios preventivos.