DESTAQUES
Trata-se de relato de caso de uma paciente portadora de quadro alérgico raro e potencialmente fatal, a Síndrome DRESS, e neuropatia periférica refratária;
Morfina por via peridural e posteriormente por via subaracnoidea foi utilizada com controle satisfatório da dor, um tratamento não considerado de primeira linha;
Discussão sobre o mecanismo de ação de opioides por via peridural e subaracnoidea em neuropatias.
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
Neuropatia periférica é uma condição rara, de etiologia multifatorial. Dormência, parestesia, redução de força muscular e dor neuropática são sintomas comuns. O tratamento consiste em uso de anticonvulsivantes e antidepressivos. O objetivo deste estudo foi relatar o caso de dor crônica refratária a diversas terapias de uma paciente com contraindicação absoluta para uso de todos os fármacos anticonvulsivantes e antidepressivos.
RELATO DO CASO:
Paciente do sexo feminino, 40 anos, com história de neuralgia do trigêmeo abordada previamente com cirurgia, com cefaleia occipital crônica refratária à radiofrequência e polineuropatia bilateral T4 sensorial e motora após meningite viral. No curso do tratamento, apresentou grave farmacodermia (Drug Rash with Eosinophilia and Systemic Symptoms - Síndrome DRESS) após o uso de carbamazepina e outros anticonvulsivantes, além de reação alérgica a todos analgésicos e opioides, exceto morfina. Optou-se por analgesia teste por via peridural, durante 5 dias, com bolus intermitentes e diários de morfina para avaliação de possibilidade de implante de bomba de morfina.
CONCLUSÃO:
O teste foi considerado bem-sucedido e a paciente encaminhada para neurocirurgia. No seguimento de 6 meses após implante de bomba por via subaracnoidea, esta estratégia se mostrou eficaz no controle da dor secundária à polineuropatia.
Descritores:
Analgesia; Hipersensibilidade; Morfina; Neuralgia do trigêmeo; Peridural; Polineuropatias; Trigeminal neuralgia