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Dor musculoesquelética em profissionais de saúde que atuaram em Unidades de Terapia Intensiva de COVID-19: estudo multicêntrico e transversal

DESTAQUES

79,5% dos profissionais de saúde que trabalham em UTI afirmam sentir dor musculoesquelética.

A presença de dor está associada a um estado de saúde geral regular ou ruim e ao tempo de atuação profissional dos profissionais de saúde na UTI.

Os distúrbios musculoesqueléticos referidos, nos últimos 12 meses, pelos profissionais de saúde que atuam em UTI foram: dor, formigamento ou dormência em maior intensidade no pescoço e na parte superior das costas.

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

Durante a pandemia da COVID-19, os profissionais de saúde passaram por uma sobrecarga de trabalho que pode estar associada com o aumento da intensidade da dor. O objetivo deste estudo foi analisar a frequência e intensidade da dor musculoesquelética nas diferentes regiões anatômicas referidas por profissionais de saúde que atuaram em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) durante a pandemia e investigar associações entre as variáveis clínicas.

MÉTODOS:

Trata-se de um estudo transversal, analítico, quantitativo e multicêntrico, realizado em seis UTI, entre julho de 2021 e fevereiro de 2022. Para coleta de dados foi utilizado o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO), bem como um questionário elaborado pelas pesquisadoras acerca de dados sociodemográficos, laborais e clínicos, e a escala visual numérica (EVN) de avaliação da dor. As análises foram feitas por meio de estatística descritiva e inferencial.

RESULTADOS:

A amostra foi de 205 profissionais de saúde. No que se refere à intensidade da dor, segundo a escala analógica visual (EAV), observou-se uma média de 3,76. A análise da associação entre as variáveis indicou maior intensidade de dor no sexo feminino, com maior frequência de dor leve e moderada, idade maior que 40 anos, nas categorias profissionais de técnicos de enfermagem e médicos. A presença de dor intensa está associada ao estado de saúde geral ruim e ao menor tempo de atuação profissional.

CONCLUSÃO:

A maioria dos profissionais referiu dor de intensidade variada e em diferentes regiões anatômicas, sendo as mais citadas: parte superior das costas e pescoço. Os distúrbios musculoesqueléticos estão diretamente relacionados à atividade laboral exercida, à idade, ao sexo e à falta de tempo disponível para lazer.

Descritores:
Atividade laboral; Enfermagem; Saúde ocupacional

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