Desenho do estudo |
Estudo clínico randomizado |
Estudo transversal |
Não informado |
Estudo duplo cego |
Estudo transversal |
Tamanho da amostra |
44 |
26 |
40 |
23 |
86 |
Grupos avaliados |
Pacientes com e sem DTM. |
Mulheres adultas com idade entre 22 e 82 anos. |
Mulheres com e sem DTM miogênica, com idade entre 18 e 40 anos. |
Mulheres com e sem DTM miogênica, com idade entre 33 e 49 anos. |
Pacientes com e sem DTM, de ambos os sexos, com ida-de entre 18 e 60 anos. |
Condições sinto-máticas |
Artralgia, dor miofascial, limitação da abertura da boca, sons articulares e travamento da mandíbula. |
Pontos-gatilho miofasciais, para dor local e dor referida. |
Dor miofascial, limitação da abertura da boca, deslocamento do disco com e sem redução e artralgia. |
Dor miofascial. |
Dor miofascial, limitação da abertura da boca, desloca-mento do disco com e sem redução e artralgia. |
Regiões/músculos/pontos orofaciais avaliados |
DTM em ambos os lados. |
Músculos masseter e temporal, em ambos os lados. |
Músculos masseter e temporal anterior, em ambos os lados. |
Músculos masseter e temporal anterior. |
Músculos masseter e tempo-ral anterior, e ATM, em ambos os lados. |
Protocolos de termografia |
Especificações ambientais: Protocolo recomendado pela Aca-demy of Neuro-Muscular Thermography Especificações do paciente: Rosto limpo e seco; cabelos presos; 15 minutos de descanso para equili-brar a temperatura facial. Equipamento e parâmetros técnicos Unidade de termografia infravermelha Agema 870. Projeções adquiridas em duas sensi-bilidades (0,5° e 1,0°C) com uma pre-cisão de 0,1 °C. |
Especificações ambientais: Protocolo recomendado pela Aca-demy of Neuro-Muscular Thermo-graphy Especificações do paciente: Não usar creme ou maquiagem; não usar secador ou alisador de cabelo; não fumar antes do exa-me; evitar manipulações na face; não tomar café ou bebidas alcoó-licas; não usar fármacos ou subs-tâncias que alterem a função sim-pática; manter os cabelos presos e cobertos com touca descartável. Durante o exame, o paciente per-maneceu sentado, com a cabeça posicionada em um cefalostato, com os músculos relaxados e os dentes espaçados. Equipamento e parâmetros técni-cos Unidade de termografia infraver-melha ThermaCAM T400 (FLIR Systems, Wilsonville, EUA). Sensibilidade térmica de 0,05°C a 30°C; faixa espectral de 7,5 μm-13 μm; resolução especial de 320 x 240 pixels; distância câmera-paciente de 0,75 m, em um ângulo de 90°, com a lente da câmera pa-ralela à região a ser avaliada. Valor de emissividade da pele de 0,987. |
Especificações ambientais: Os pacientes foram aclimatados em uma sala a 21 °C, por 20 minutos. A sala foi iluminada por lâmpadas fluorescentes. Especificações do paciente: Evitar banhos quentes; cremes e maquiagem; descongestionan-tes nasais; praticar exercícios vigorosos e tomar substâncias estimulantes antes do exame. Durante o exame, os pacientes permaneceram sentados com o tronco ereto, os pés apoiados no chão e as mãos sobre as coxas, mantendo o plano de Frankfurt paralelo ao chão. Os objetos fo-ram removidos da área examina-da e os cabelos foram mantidos presos. Foram usados marcadores para padronizar pontos anatômicos nos músculos avaliados. Equipamento e parâmetros téc-nicos Unidade de termografia infraver-melha T360 (FLIR Systems, Danderyd, Suécia). Valor de emissividade de 0,98; distância câmera-paciente de 100 cm. |
Especificações ambientais: Protocolo recomendado pela Academy of Neuro-Muscular Thermography Especificações do paciente: Não use creme ou maquiagem; não use secador de cabelo ou chapinha; não esfregue ou pres-sione a pele; mantenha o cabelo preso e coberto com uma touca descartável. Durante o exame, o paciente per-maneceu sentado, com a cabeça posicionada em um cefalostato, com os músculos faciais relaxa-dos e os dentes separados. O plano de Frankfurt foi mantido paralelo ao plano horizontal. Equipamento e parâmetros téc-nicos Unidade de termografia infraver-melha ThermaCAM T400 (FLIR Systems, Wilsonville, EUA). Sensibilidade térmica de 0,05°C a 30°C; faixa espectral de 7,5-12 μm; resolução espacial de 320 x 240 pixels; valor de emissividade de 0,98; distância câmera-pa-ciente de 0,80 m, em um ângulo de 90°, com a lente da câmera paralela à região a ser avaliada. |
Especificações ambientais: Protocolo recomendado pela American Academy of Therrnology Especificações do paciente: Não usar creme ou maquia-gem; não usar secador de cabelo ou alisador; evitar analgésicos, corticosteroides e agentes anti-inflamatórios; não fazer exercícios e não to-car ou esfregar a pele. O paciente permaneceu sentado por 15 minutos an-tes de capturar as imagens, mantendo uma postura ereta, com o plano de Camper pa-ralelo ao plano horizontal. Máscaras faciais foram feitas e usadas como guias para a demarcação anatômica das regiões avaliadas. Equipamento e parâmetros técnicos: Unidade de termografia infra-vermelha T650sc (FLIR Sys-tems, Danderyd, Suécia). Resolução espacial de 640 X 480 pixels; valor de emis-sividade de 0,98; distância câmera-paciente de 0,80 m. |
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Canavan e Gratt2323 Canavan D, Gratt BM. Electronic thermography for the assessment of mild and moderate temporomandibular joint dysfunction. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1995;79(6):779-85.
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Haddad, Brioschi e Arita2121 Haddad DS, Brioschi ML, Arita ES. Thermographic and clinical correlation of myofascial triggerpoints in the masticatory muscles. Dentomaxilofac Radiol. 2012;41:621-9.
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Dibai-Filho et al.2222 Dibai-Filho AV, Costa ACS, Packer AC, Rodrigues-Bigaton D. Correlation between skin surface temperature over masticatory muscles and pain intensity in women with myogenous temporomandibular disorder. J Back Musculoskelet Rehabil. 2013;26(3):323-8.
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Haddad et al.88 Haddad DS, Brioschi ML, Vardasca R, Weber M, Crosato EM, Arita ES. Thermography characterization of masticatory muscle regions in volunteers with and without myogenous temporomandibular disorder: preliminary results. Dentomaxilofac Radiol. 2014;43(8);20130440.
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Barbosa et al.2020 Barbosa JS, Amorim A, Arruda M, Medeiros G, Freitas A, Vieira L, Melo DP, Bento PM. Infrared thermography assessment of patients with temporomandibular disorders. Dentomaxillofac Radiol. 2020;49(4):20190392.
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País |
EUA |
Brasil |
Brasil |
Brasil |
Brasil |
Outros exames realizados |
Medição da abertura da boca (em mm). Exame do travamento da mandíbula, usando a seguinte escala de classifi-cação: 0 = sem travamento = travamento leve = travamento moderado Exame dos sons articulares, usando a seguinte escala de classificação: 0 = ausencia de ruido = dique, somente em um lado = dique, em ambos os lados = dique e estalo Exame da dor e do desconforto ñas articulações e nos músculos, usando um algômetro de pressão. |
RDC/TMD. Fotografias de vista lateral do ros-to. Exame para medir a dor em pon-tos-gatilho usando algometria. Cada paciente foi instruído a rela-tar quando sentiu a dor ou o des-conforto inicial e se a dor era local ou se estendia para outra região. |
RDC/TMD. Avaliação da dor por EAV. |
RDC/TMD. Fotografias digitais do rosto. Palpação. Avaliação da dor usando a EAV. |
RDC/TMD. Grupo de controle (sem DTM) avaliado de acordo com o índice Anamnéstico de Fon-seca. Palpação em pacientes com DTM, de acordo com o eixo 1 do RDC/TMD. |
Critérios para medição de tem-peratura |
As temperaturas foram obtidas nas regiões da ATM de cada indivíduo. Os cálculos foram feitos a partir dos valo-res de ∆Τ (a diferença de temperatura entre os lados). Os valores de ∆Τ va-riaram entre 0o e 0,8°C e permitiram a identificação de individuos com DTM. |
Os músculos masseter e temporal anterior foram divididos em 15 RIs faciais de cada lado. Todas as imagens mostraram uma paleta de 85 a 100 cores, com uma janela térmica de 0,15°C para cada cor. Foi usada uma sensibi-lidade térmica de 0,51 °C por tom de cor, com base em uma escala colorimétrica. Para correlacionar os valores de limiar de dor por pressão com os valores de tem-peratura, os termogramas foram sobrepostos digitalmente a foto-grafias digitais. |
As temperaturas dos músculos masseter e temporal anterior fo-ram comparadas entre os grupos com e sem DTM. A assimetria de temperatura foi determinada pela subtração das temperaturas de ambos os la-dos. A medição da temperatura foi realizada por um único ava-liador, cego para a alocação dos grupos. As temperaturas também foram correlacionadas com a intensi-dade da dor. |
A leitura da câmera infraverme-lha foi interpretada usando uma temperatura normalizada (sem dimensão), para que não houves-se interferência das temperaturas ambiente e corporal nas leituras feitas no rosto. |
Usando os valores médios de temperatura, os pacientes com e sem DTM foram com-parados. Considerando a variabili-dade clínica e a assimetria dos pacientes afetados por DTM, os valores médios ab-solutos de temperatura e in-tensidade da dor nos lados direito e esquerdo foram subtraídos um do outro. A assimetria térmica facial foi classificada para valores superiores a 0,4°C e para diferenças no nível de dor superiores a 1. |
Critérios para medir a intensi-dade da DOF |
1 A avaliação da dor ou do desconforto muscular foi classificada usando a se-guinte escala: 0 = ausência de dor = desconforto leve = desconforto moderado = desconforto grave A avaliação da dor ou desconforto ñas articulações foi classificada usando a seguinte escala: 0 = ausência de dor ou desconforto = desconforto leve = desconforto moderado = desconforto grave |
Foi utilizada uma EAV de 100 mm de comprimento, com pontos fi-nais definidos como “sem dor” (esquerda) e “pior dor imaginável” (direita). Os pacientes foram ins-truídos a marcar a intensidade da dor nessa escala. Todos os volun-tários estavam assintomáticos no dia do exame (EAV = 0). |
Foi utilizada uma EAV, com a se-guinte classificação: 0 = ausência de dor Del a 2 = dor leve De 3 a 4 = dor moderada 5 ou mais = dor intensa |
Uma EAV foi usada para medir a dor. Todos os voluntários estavam assintomáticos no dia do exame (EAV = 0). |
A ECN foi usada para ava-liar a intensidade da dor na palpação, com as seguintes pontuações: 0 = sem dor 1 = dor leve 2 = dor moderada 3 = dor intensa As temperaturas médias ab-solutas foram correlaciona-das com os escores de dor na palpação do eixo I do RDC/TMD, para cada RI. |
País |
Canavan e Gratt2323 Canavan D, Gratt BM. Electronic thermography for the assessment of mild and moderate temporomandibular joint dysfunction. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1995;79(6):779-85. EUA |
Haddad, Brioschi e Arita2121 Haddad DS, Brioschi ML, Arita ES. Thermographic and clinical correlation of myofascial triggerpoints in the masticatory muscles. Dentomaxilofac Radiol. 2012;41:621-9. Brasil |
Dibai-Filho et al.2222 Dibai-Filho AV, Costa ACS, Packer AC, Rodrigues-Bigaton D. Correlation between skin surface temperature over masticatory muscles and pain intensity in women with myogenous temporomandibular disorder. J Back Musculoskelet Rehabil. 2013;26(3):323-8. Brasil |
Haddad et al.88 Haddad DS, Brioschi ML, Vardasca R, Weber M, Crosato EM, Arita ES. Thermography characterization of masticatory muscle regions in volunteers with and without myogenous temporomandibular disorder: preliminary results. Dentomaxilofac Radiol. 2014;43(8);20130440. Brasil |
Barbosa et al.2020 Barbosa JS, Amorim A, Arruda M, Medeiros G, Freitas A, Vieira L, Melo DP, Bento PM. Infrared thermography assessment of patients with temporomandibular disorders. Dentomaxillofac Radiol. 2020;49(4):20190392. Brasil |
Resultados |
Grupo de controle com um alto nivel de simetria térmica na região da ATM. Grupo de pacientes sintomáticos com baixo nível de simetria térmica. Como houve uma correlação entre as temperaturas obtidas em diferen-tes pontos, a análise da temperatura foi limitada apenas às áreas da ATM. Quando os valores de ∆Τ da ATM foram iguais ou superiores a 0,3°C, o indivíduo foi classificado como portador de DTM. Os resultados indicaram que, à medida que o nível de dor na ATM aumentava, os valores médios de ∆Τ da ATM tam-bém aumentavam. Foram encontradas diferenças significativas entre indivíduos sem dor na articulação (11 casos) e indi-víduos que relataram desconforto leve à palpação (8 casos), desconforto mode-rado à palpação (8 casos) e desconforto grave à palpação (17 casos). Os resultados das avaliações de dor muscular não mostraram diferenças significativas de temperatura entre in-divíduos com e sem dor muscular leve. Entretanto, os indivíduos com dor mus-cular moderada e grave demonstraram diferenças significativas na temperatu-ra quando comparados aos indivíduos sem dor ou com dor muscular leve. |
0 limiar de pressão para os pon-tos-gatilho foi menor nos pontos de dor referidos do que nos pon-tos de dor locais. 0 músculo masseter apresentou maior sensibilidade à dor do que o músculo temporal. 0 músculo temporal foi significati-vamente mais hipertérmico do que o masseter. Foram observadas correlações moderadamente significativas en-tre os valores de pressão e tem-peratura, sugerindo que quanto maior a força aplicada, mais alta era a temperatura local registrada. Além disso, as temperaturas nos pontos de dor locais eram mais altas do que nas áreas de dor re-ferida. As áreas do rosto que estavam mais aquecidas foram correlacio-nadas com regiões sem pontos de gatilho (acima de 34°C). Ao mes-mo tempo, os valores abaixo de 33°C estavam relacionados à dor referida. Portanto, a temperatura diminuiu de acordo com a gravi-dade da disfunção miofascial. |
Não foram encontradas correla-ções significativas entre a inten-sidade da dor e a temperatura da pele na região dos músculos masseter e temporal anterior. Não foi encontrada diferença sig-nificativa na temperatura da pele entre indivíduos com e sem DTM. |
A imagem infravermelha revelou uma diferença de 1,4°C entre as temperaturas médias dos múscu-los temporal anterior e masseter, indicando que o músculo tem-poral era significativamente mais hiperradiante do que o masseter. As temperaturas nas regiões dos músculos masseter e temporal anterior em pacientes com DTM miogênica foram significativa-mente mais baixas do que as medidas em voluntários do grupo controle. A região muscular afetada apre-sentou uma temperatura mais baixa do que a área não afetada correspondente, ou seja, as tem-peraturas diminuíram com a gra-vidade da DTM miogênica. |
Os valores definidos pela TI mostraram um baixo nível de precisão para o diagnóstico. Foi encontrada uma correla-ção negativa entre a intensi-dade da dor e a temperatu-ra na região dos músculos masseter médio esquerdo e masseter inferior esquerdo, mostrando que, à medida que a dor aumentava, a tem-peratura local diminuía. Não foi encontrada assime-tria entre temperatura ou dor nas regiões avaliadas em pa-cientes com DTM. |
Conclusão |
Os resultados desse estudo fornece-ram evidências adicionais em relação ao uso clínico da TI como um exame objetivo com a finalidade de incluir ou descartar a DTM como causa da DOF, evitando, assim, tratamentos desne-cessários da DTM. A região da ATM dos pacientes com DTM e dor era mais quente do que a mesma área dos indivíduos sem DTM e daqueles que não tinham dor. A TI mostrou-se promissora como uma ferramenta para distinguir indiví-duos com e sem DTM, com sensibili-dade de 92%, especificidade de 85% e precisão de 89%. |
Quanto maior for a força aplicada, maior será a temperatura local re-gistrada. As temperaturas nos pontos de dor locais eram mais altas do que nas áreas de dor referida. A temperatura diminuiu à medida que a gravidade da disfunção mio-fascial aumentou. A imagem termográfica do ponto de gatilho é hiporradiante quando comparada com a da região sem ponto de gatilho. A TI possibilitou a identificação dos pontos-gatilho, dividindo-os em dor local e dor referida. Se os valores térmicos forem usados em conjunto com a avaliação física, eles podem servir como um meio de triagem e melhorar a precisão do diagnóstico na prática clínica. |
A intensidade da dor não foi sig-nificativamente associada à tem-peratura da pele nos músculos mastigatórios ou às assimetrias entre as temperaturas. Não foram detectadas diferenças significativas de temperatura ou assimetria entre indivíduos com e sem DTM. |
A temperatura das áreas dos músculos masseter e temporal anterior diminui na presença de DTM miogênica, sugerindo que a TI pode ser útil na avaliação da DTM miogênica. Além disso, ele pode ser usado como um método de triagem clínica para melhorar a precisão do diagnóstico. |
A TI não produziu resultados que pudessem contribuir sa-tisfatoriamente para o diag-nóstico diferencial entre indi-víduos com e sem DTM 0 aumento da intensidade da dor à palpação em pacientes com DTM foi acompanhado por uma redução da tempe-ratura local em algumas das regiões avaliadas. |