RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
Os pensamentos catastróficos são fatores avaliativos importantes porque interferem no gerenciamento da dor e no grau de incapacidade, uma vez que mediam as respostas à dor. O estudo objetivou investigar a relação entre pensamentos catastróficos e as dimensões de incapacidade funcional em portadores de dores crônicas de origem musculoesquelética no âmbito da atenção básica a saúde.
MÉTODOS:
Estudo descritivo transversal que incluiu 50 pacientes de ambos os sexos, com idade entre 18 e 59 anos, portadores de dor crônica musculoesquelética, com intensidade de 3 a 7 pela escala analógica visual. Para avaliação da catastrofização da dor foi utilizada a Escala de Pensamentos Catastróficos sobre a Dor (B-PCS) e a interferência da dor na funcionalidade foi avaliada pelo Índice de Incapacidade Relacionada à Dor (PDI).
RESULTADOS:
A maioria dos pacientes foi do sexo feminino (94%), com média etária de 42±10,3 anos, mediana da dor 7 [6-7], nível fundamental de escolaridade (62%), sem emprego (66%) e sedentários (76%). Catastrofização (56%). A maior prevalência de dor foi identificada nas regiões toracolombar (38%), anterior dos joelhos (32%), lombossacral e face (30%). Houve correlação direta e significativa entre os escores da PCS e do PDI (ρ=0,56; p<0,01) e entre os escores do PDI e os subdomínios ruminação (ρ=0,34; p<0,01), magnificação (ρ=0,57; p<0,01) e desesperança (ρ=0,53; p<0,01).
CONCLUSÃO:
Os portadores de dor crônica apresentaram orientação mental em direção aos aspectos mais desagradáveis da dor, acarretando menor participação nas atividades cotidianas, com repercussão sobre a capacidade funcional.
Descritores:
Atenção primária a saúde; Catastrofização; Dor crônica; Dor musculoesquelética