DESTAQUES
As evidências ainda são contraditórias e frágeis em relação a muitos aspectos dos efeitos adversos.
O aprofundamento do conhecimento sobre extração, purificação e síntese de canabinoides, bem como da farmacologia dos produtos, tem colocado luz sobre os mecanismos envolvidos em seus efeitos.
Estima-se que existam 1 milhão e 10 milhões de usuários diários (ou quase diários) de cannabis no Canadá e nos Estados Unidos, respectivamente, o que torna a questão uma prioridade na saúde pública.
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
O interesse na utilização da maconha (Cannabis sativa) com fins medicinais aumentou de forma exponencial nas últimas décadas e a planta e seus derivados vêm se tornando mais frequentemente encontrados nas prescrições médicas de pacientes com dor crônica. Todos os fármacos prescritos e substâncias ilícitas têm efeitos adversos, mesmo aquelas provenientes de plantas, frutas e flores, como já ficou bem estabelecido com o uso do tabaco, álcool e ópio. A maconha não é exceção. O objetivo deste estudo foi revisar e sintetizar as evidências relacionadas aos efeitos adversos promovidos pelos canabinoides derivados da planta, e às implicações sobre a segurança do uso destas substâncias em pacientes com dor.
CONTEÚDO:
Foi realizada uma revisão narrativa baseada em artigos publicados em revistas científicas indexadas no Pubmed e Scielo, entre os anos de 2000 e 2022.
CONCLUSÃO:
As evidências ainda são contraditórias e frágeis em relação a muitos aspectos dos efeitos adversos e claramente há a necessidade de mais pesquisas e avanços para uma elucidação mais detalhada destes efeitos tanto para o uso não medicinal quanto médico de cannabis. É fundamental uma triagem e monitoramento desse uso, identificando situações de vulnerabilidade a doenças mentais e dependência, com cuidadosa vigilância de efeitos adversos.
Descritores:
Cannabis; Efeitos adversos e reações adversas relacionadas a medicamentos; Maconha medicinal