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Crenças e atitudes sobre dor crônica de profissionais de saúde pública: estudo transversal

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

As barreiras do conhecimento científico e do treinamento adequado podem influenciar as competências dos profissionais de saúde no manejo da dor crônica em ambientes não especializados. O objetivo deste estudo foi avaliar as crenças e atitudes de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) que atuam no cuidado de pacientes com dor crônica na rotina clínica.

MÉTODOS:

Trata-se de estudo transversal realizado com profissionais não especialistas em dor da atenção primária e média complexidade, avaliados pelo Inventário de Atitudes frente à dor. Os participantes foram agrupados por local de atuação e tempo de formação para a análise de comparação através do teste t para amostras independentes. Foram calculados os tamanhos de efeito (η² generalizado) e o nível de significância estatística foi definido em p<0,05.

RESULTADOS:

Participaram deste estudo 70 profissionais de saúde, que apresentaram crenças indesejáveis a respeito da cura da dor e de comportamentos de solicitude. Esses profissionais também apresentaram crenças desejáveis quanto a influência das emoções, relação da dor com lesão tecidual e possibilidade de controle por quem a sente. Foi observado um efeito do local de atuação, com crenças indesejáveis dos profissionais da atenção primária sobre incapacidade relativa à dor, além de um efeito sobre o tempo de formação para o domínio controle, com crenças menos desejáveis entre aqueles com menos de 10 anos de formação.

CONCLUSÃO:

As crenças indesejáveis apresentadas pelos profissionais permitem um diagnóstico situacional que indica a necessidade de educação continuada em dor crônica para implementar treinamentos com práticas baseadas em evidências na rotina de cuidado do SUS.

Descritores:
Dor crônica; Modelo de crenças de saúde; Saúde Pública

DESTAQUES

Profissionais do SUS municipal apresentaram crenças indesejáveis sobre cura da dor crônica.

Profissionais da atenção primária apresentaram crenças disfuncionais sobre dor e incapacidades.

Necessidade de educação continuada com capacitação em dor crônica e treinamento de soft skills.

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