RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
No voleibol, a alta exigência da articulação do ombro torna-o suscetível a lesões devido à repetição dos gestos esportivos. A presença de dor no ombro pode gerar incapacidade para executar os movimentos corretamente, ocasionando redução do desempenho esportivo. O estudo teve como objetivo avaliar e correlacionar a presença de dor e incapacidade funcional de membro superior em atletas de voleibol.
METODOS:
Estudo transversal, descritivo, desenvolvido com 30 mulheres atletas de voleibol de quadra. A incapacidade funcional foi avaliada por meio do Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand Questionnaire (DASH) e a intensidade de dor pela Escala Visual Numérica (EVN) de 10 pontos. A pesquisa foi conduzida no formato on-line. Utilizou-se o programa estatístico IBM SPSS 21.0 para Windows, pelo qual foram realizadas as medidas descritivas, o teste de Wilcoxon e a correlação de Spearman adotando p≤0,05.
RESULTADOS:
Dezenove atletas relataram dor leve a moderada para realizar as atividades diárias, e 21 atletas para realizar os gestos esportivos, sendo a dor significativamente mais intensa no ombro dominante em movimentos para ataque (p<0,001), saque (p<0,001) e bloqueio (p=0,03). As atletas não apresentaram limitação funcional no DASH geral, mas no DASH esporte as opostas, ponteiras e centrais foram classificadas com limitação leve. Houve correlação forte entre DASH e dor no dia a dia (rs=0,79; p<0,001) e correlação moderada entre DASH esporte e dor no ombro dominante no ataque (rs=0,67; p<0,001) e no saque (rs=0,60; p<0,001).
CONCLUSAO:
Atletas avaliadas apresentaram dor no ombro, maior incapacidade funcional na atividade esportiva, e dor e incapacidade funcional estavam positivamente correlacionadas.
DESTAQUES
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Movimentos aéreos como saque e ataque contribuem para a dor no ombro em jogadores de voleibol;
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A incapacidade funcional dos membros superiores correlaciona-se positivamente com a intensidade da dor para a realização de atividades cotidianas e esportivas;
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O diagnóstico cinético-funcional é importante para minimizar o risco de lesão, reabilitar atletas lesionados e proporcionar um retorno adequado do atleta à prática esportiva.