Open-access Capacidade da tomada de decisão dos fisioterapeutas brasileiros para pacientes com bandeiras vermelhas

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:  O objetivo da triagem de bandeiras vermelhas é garantir que sinais e sintomas que levantam suspeitas de doenças graves sejam considerados durante a avaliação, auxiliando os fisioterapeutas no seu processo de decisão clínica. Os fisioterapeutas brasileiros são autônomos e podem atuar como profissionais de primeiro contato no manejo de distúrbios musculoesqueléticos, portanto, precisam saber reconhecer, rastrear e encaminhar pacientes com bandeiras vermelhas para melhor manejo terapêutico. Os objetivos deste estudo foram verificar se os fisioterapeutas brasileiros conseguem reconhecer e tratar pacientes que apresentavam bandeiras vermelhas, comparar as habilidades dos profissionais com diferentes níveis de formação acadêmica e experiência clínica e identificar quais fatores podem influenciar os resultados.

MÉTODOS:  Uma pesquisa transversal e quantitativa foi realizada, coletada através de um questionário online. O público-alvo consistiu em fisioterapeutas brasileiros com experiência clínica no manejo de pacientes com disfunções musculoesqueléticas. Os participantes preencheram dados demográficos e tomaram decisões clínicas com base em seis casos clínicos criados pelos autores, com base na literatura, e revisados por três especialistas. Os dados foram analisados por estatísticas descritivas, pelo teste qui-quadrado de independência e por regressão logística.

RESULTADOS:  Foram analisadas 384 respostas de fisioterapeutas brasileiros com experiência clínica em disfunções musculoesqueléticas. Os fisioterapeutas brasileiros, em geral, não demonstraram ser capazes de reconhecer e manejar adequadamente os casos clínicos envolvendo bandeiras vermelhas, com 23,2% da amostra realizando manejo adequado para condições médicas, 53,9% para condições de emergência e 61,8% para condições médicas com disfunção musculoesquelética associada. Mais anos de experiência clínica e educação pós-profissional não influenciaram positivamente os resultados. Graus acadêmicos mais elevados (Doutorado) podem influenciar positivamente no manejo de condições médicas não emergenciais.

CONCLUSÃO:  Fisioterapeutas brasileiros que atuam com pacientes com disfunções musculoesqueléticas apresentam um mau desempenho na identificação de bandeiras vermelhas em casos clínicos hipotéticos.

DESTAQUES

Os fisioterapeutas brasileiros têm limitações na triagem de pacientes com bandeiras vermelhas em ambulatórios, o que pode ser uma limitação na prática clínica da atenção primária.

Ter mais experiência clínica e ter formação pós-profissional em fisioterapia ortopédica ou esportiva não influenciam positivamente o manejo correto das condições de bandeira vermelha.

Um nível de formação acadêmica mais alto pode influenciar positivamente no manejo de condições médicas não emergenciais.

location_on
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 937 Cj2 - Vila Mariana, CEP: 04014-012, São Paulo, SP - Brasil, Telefones: , (55) 11 5904-2881/3959 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: dor@dor.org.br
rss_feed Stay informed of issues for this journal through your RSS reader
Accessibility / Report Error