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Musicoterapia e intervenções baseadas em música no tratamento da dor: estado da arte

DESTAQUES

  • A música ativa diversas estruturas encefálicas e interfere no processamento neuronal, provocando mudanças na percepção da dor e nos processos cognitivos, afetivos e avaliativos.

  • A implementação de terapêuticas não farmacológicas, incluindo musicoterapia, embora não constitua o manejo essencial da dor, pode ser considerada coadjuvante na assistência do paciente.

  • A preferência musical individual deve ser considerada no plano musicoterapêutico, pois a música tem um efeito analgésico maior se for escolhida pelo próprio paciente.

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

A musicoterapia promove efeitos positivos sobre a cognição, os aspectos psicossociais, o controle de sintomas somáticos e a qualidade de vida. A influência na dor ainda é controversa. O objetivo deste estudo foi investigar o estado da arte das intervenções musicais e da musicoterapia no tratamento da dor aguda ou crônica e elaborar critérios para facilitar estratégias de aplicação da música em pesquisas clínicas.

CONTEÚDO:

Esta pesquisa foi realizada a partir de trabalhos publicados entre agosto de 2010 e março de 2023 na base de dados Pubmed, sendo selecionados artigos de revisão da literatura de acesso livre. Foram selecionados 44 trabalhos cujos resultados e conclusões mostraram que há evidências de alívio da dor em diversas condições clínicas e ambientais, muito embora haja grande heterogeneidade nos métodos e controvérsia na literatura sobre efeitos positivos e adversos. A música escolhida por um profissional ou paciente alivia a experiência dolorosa, em muitos aspectos, de forma significativa, apesar dos dados estatísticos serem limitados ou controversos.

CONCLUSÃO:

A música parece apresentar impacto positivo em diversas situações ambientais ou condições biológicas que resultam na experiência dolorosa e, portanto, pode aliviar a dor de forma significativa, o que é suportado por evidências em mecanismos neurais complexos que envolvem o sistema inibitório descendente de dor. Os benefícios justificam o emprego da música como estratégia terapêutica de baixo custo e baixo risco, e os desafios metodológicos justificam um delineamento mais cuidadoso em pesquisas futuras, incluindo detalhes do tipo de intervenção musical utilizado.

Descritores
Ansiedade; Dor; Dor orofacial; Música; Musicoterapia; Qualidade de vida.

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